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Quinta - 21 de Setembro de 2006 às 11:22

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O Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho libertou 11 trabalhadores que estavam em situação semelhante à de escravos em uma fazenda no município de Paranatinga (540 quilômetros de Cuiabá). No local havia outros 33 trabalhadores, entre eles uma mulher, que foram retirados do local pouco antes da chegada da equipe. Os resgatados, que trabalhavam na colheita de capim braquiara, estavam na fazenda desde julho.

De acordo com a coordenadora do Grupo Móvel, Maria Luzângela Tenório Pessoa, a situação em que os trabalhadores foram encontrados caracteriza bem o trabalho escravo. Todos dormiam em barraco de lona sem proteção lateral e em camas de madeira improvisada com colchão feito de capim. A água ingerida era retirada do mesmo córrego utilizada para o banho e para lavar roupas.

Sem receber salário, os trabalhadores foram obrigados a contrair dívidas na cantina da fazenda para comer e adquirir produtos de higiene. De acordo com João (nome fictício), as botas utilizadas para o trabalho custavam R$ 30 e uma lata de leite em pó era vendida por R$ 14.

João relata que o aliciador de mão-de-obra foi até a cidade dele, Fátima do Sul, em Mato Grosso do Sul, com promessas de que seria um bom emprego. "Já tinha ouvido falar de trabalho escravo e era a coisa que tinha mais medo. Foi muito ruim passar este tempo aqui. Cheguei com medo e estou indo embora com medo. Já recusei até trabalho por desconfiança", desabafou o trabalhador.

Durante a operação, o aliciador Leônidas Barros foi preso em flagrante por porte ilegal de armas. O proprietário da fazenda se recusou a pagar as multas e indenização obrigatórias por lei. Desta forma, o caso será resolvido perante o juiz da Comarca.





Fonte: RMT-Online

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