Trabalhadores em situação de escravidão são libertados de fazenda em MT
De acordo com a coordenadora do Grupo Móvel, Maria Luzângela Tenório Pessoa, a situação em que os trabalhadores foram encontrados caracteriza bem o trabalho escravo. Todos dormiam em barraco de lona sem proteção lateral e em camas de madeira improvisada com colchão feito de capim. A água ingerida era retirada do mesmo córrego utilizada para o banho e para lavar roupas.
Sem receber salário, os trabalhadores foram obrigados a contrair dívidas na cantina da fazenda para comer e adquirir produtos de higiene. De acordo com João (nome fictício), as botas utilizadas para o trabalho custavam R$ 30 e uma lata de leite em pó era vendida por R$ 14.
João relata que o aliciador de mão-de-obra foi até a cidade dele, Fátima do Sul, em Mato Grosso do Sul, com promessas de que seria um bom emprego. "Já tinha ouvido falar de trabalho escravo e era a coisa que tinha mais medo. Foi muito ruim passar este tempo aqui. Cheguei com medo e estou indo embora com medo. Já recusei até trabalho por desconfiança", desabafou o trabalhador.
Durante a operação, o aliciador Leônidas Barros foi preso em flagrante por porte ilegal de armas. O proprietário da fazenda se recusou a pagar as multas e indenização obrigatórias por lei. Desta forma, o caso será resolvido perante o juiz da Comarca.
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