Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 21 de Setembro de 2006 às 07:45

    Imprimir


A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que o Iraque atingiu seu nível mais letal, enquanto forças iraquianas assumiam o controle de uma província no sul do país depois da retirada das tropas italianas na quinta-feira.

Um relatório da ONU divulgado durante a noite diz que 6.599 iraquianos morreram violentamente nos últimos dois meses, 700 a mais do que os dois meses imediatamente anteriores, tornando o período o mais letal já registrado. Muitas das vítimas traziam marcas de tortura e foram mortas por esquadrões da morte por causa de sua religião.

"Os corpos no Instituto Médico-Legal têm com frequência sinais de tortura grave, incluindo ferimentos provocados por ácido e queimaduras causadas por substâncias químicas, falta de pele, ossos quebrados, falta de olhos, dentes e ferimentos causado por furadeiras ou pregos", diz o relatório.

Julho teve mais mortes do que agosto. Os norte-americanos disseram que isso é um sinal de que a repressão em Bagdá está funcionando. Mas a violência voltou a crescer em setembro.

Na quarta-feira, um carro-bomba detonado na direção de um líder tribal em Samarra matou 10 pessoas e feriu 39, segundo a polícia. Na quinta-feira, homens armados em quatro carros atacaram uma delegacia de polícia no oeste de Bagdá, matando seis pessoas.

SAÍDA DOS ITALIANOS

Os 1.600 soldados italianos voltarão para casa em um período de oito semanas, depois de entregar sua base aos iraquianos, disse o porta-voz militar britânico, o major Charlie Burbridge. Os italianos estavam sob comando britânico no setor sul do Iraque, de maioria xiita.

"Os italianos tiveram sucesso aqui. A chave para o sucesso foi o desenvolvimento de um bom relacionamento de trabalho com o governador local e com autoridades iraquianas, tornando possível entregar a responsabilidade de segurança para as forças iraquianas", disse Burbridge.

Também há na província uma enorme base aérea dos EUA, que não será entregue, perto das ruínas da antiga cidade de Ur. Uma força tarefa de 450 australianos vai ficar na base para servir de equipe de reação rápida em caso de emergência de segurança na província.

Dhi Qar é a segunda das 15 províncias não-curdas do Iraque transferida para as forças iraquianas. Há dois meses, os japoneses se retiraram da província de Muthanna, também no sul desértico.

"Este é um grande dia na história do Iraque", disse o primeiro-ministro Nuri al-Maliki em cerimônia na capital da província, Nassiriya. "Muthanna foi a primeira, agora vem Dhi Qa para coroar esta vitória, e outras províncias virão para coroar mais vitória até atingirmos nosso objetivo".

A Grã-Bretanha também retirou-se de sua principal base em uma terceira província, Maysan, e as tropas britânicas no sul ficaram restritas a Basra, a segunda maior cidade do Iraque.

As bases em Maysan e Muthanna foram saqueadas horas depois da saída dos estrangeiros.

Com a retirada dos italianos, Estados Unidos e Grã-Bretanha, aliados que invadiram o Iraque em 2003, são agora os dois únicos países ricos com muitos soldados no Iraque.

Enquanto outros países saem, os EUA aumentam suas forças com milhares de soldados neste ano para tentar conter a rápida escalada da violência. Washington está concentrando agora seus esforços em Bagdá, transferindo tropas de outras partes do país.

Comandantes dos EUA prevêem que a violência vai piorar na próxima semana, com o começo do mês sagrado do Ramadã, e dizem que os ataques contra soldados norte-americanos já aumentaram nas últimas duas semanas.





Fonte: Reuters

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/274445/visualizar/