Família precisa ter cuidado, e muita paciência com doente
Os primeiros sinais da doença apareceram há 20 anos. Na época, os filhos não imaginavam se tratar de algo tão sério, uma doença progressiva e devastadora. "Mas os problemas foram ficando frequentes, pagava várias vezes o aluguel no mesmo mês, perdia parte do dinheiro da aposentadoria, o esquecimento passou a ser frequente".
Adiles explica que Odines Oliveira Borges, 84, veio morar definitivamente com ela, há alguns meses, para evitar que algo pior aconteça e também a aproximação de aproveitadores. Sem ter noções de espaço e tempo, a idosa sai de casa sem avisar e vai embora com qualquer pessoa da rua, também não consegue dizer onde mora. As únicas recordações vivas estão em um passado distância, nas fases de infância e adolescência, junto com o pai e a mãe. "A todo momento ela questiona se o pai e a mãe morreram, que está com saudade deles".
A artista plástica se mostra triste diante da situação da mãe, principalmente pela vulnerabilidade que o quadro apresentada. Sabe que nunca poderá deixá-la sozinha. A falta de memória é outro ponto que machuca em determinados momentos. Mesmo de corpo presente, é como se Odines estivesse vivendo uma realidade paralela e não compartilhe da mesma maneira o convívio com a família, os netos e bisnetos. (RD)
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