Brasil ainda engatinha na produção do biodiesel, mas tem boas perspectivas
Uma amostra foi encaminhada para análise ao Laboratório de Combustíveis da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. O Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste – Cetene -, unidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, foi o responsável pela montagem da usina, em que o MCT investiu cerca de R$ 1 milhão.
Os técnicos do Cetene utilizaram inicialmente o caroço do algodão para a produção do biodiesel. A partir de novembro, quando começa o período da colheita da mamona, essa oleaginosa também deverá ser testada.
O processo é fundamental para assegurar viabilidade econômica a um produto cujo mercado cresce em todo o mundo. No Brasil, a Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, estabeleceu a obrigatoriedade da adição de um percentual mínimo de biodiesel ao óleo diesel comercializado ao consumidor, em qualquer parte do território nacional. Esse percentual obrigatório será de 5% ao fim de oito anos após a publicação da lei, havendo um percentual obrigatório intermediário de 2% depois de três anos – ou seja, em 2008.
Ainda no campo econômico, o biodiesel tem o mérito de atenuar o que os especialistas chamam de “petrodependência” - ou seja, o produto permite a economia de divisas com a importação de petróleo e óleo diesel.
Segundo informações do Programa de Biodiesel, esse combustível renovável terá significativo impacto na balança comercial brasileira. O uso comercial do B2 (mistura de 2% do biodiesel ao diesel) cria um mercado potencial para a comercialização de 800 milhões de litros de biodiesel/ano, o que representa uma economia anual da ordem de US$ 160 milhões na importação de diesel.
O Brasil apresenta reais condições para se tornar um dos maiores produtores de biodiesel do mundo por dispor de solo e clima adequados ao cultivo de oleaginosas. Assim, além de assegurar o suprimento interno, o biodiesel produzido no Brasil tem grande potencial de exportação.
Natureza agradece
Países da Comunidade Européia, Estados Unidos e Argentina, entre outros, vêm estimulando a substituição do petróleo por combustíveis de fontes renováveis, incluindo principalmente o biodiesel, diante de sua expressiva capacidade de redução da emissão de diversos gases causadores do efeito estufa, a exemplo do gás carbônico e enxofre.
Melhorar as condições ambientais, sobretudo nos grandes centros metropolitanos, também significa evitar gastos dos governos e dos cidadãos no combate aos males da poluição, estimados em cerca de R$ 900 milhões anuais.
Além disso, a produção de biodiesel possibilita pleitear financiamentos internacionais em condições favorecidas, no mercado de créditos de carbono, sob o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) previsto no Protocolo de Kyoto.
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