Consórcios e sistemas integrados são apresentados a produtores
O primeiro dia de campo realizado pela parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) contou com a participação de mais de 500 pessoas entre produtores, técnicos, estudantes, profissionais ligados ao setor agropecuário e autoridades.
O 3º Dia de Campo sobre Sistemas Integrados foi realizado nesta sexta-feira, (22), no Sítio Tecnológico da Embrapa Agrossilvipastoril, em Sinop. A programação foi composta por sete estações com diferentes abordagens ligadas aos sistemas integrados de produção.
Entre os temas apresentados por pesquisadores da Embrapa e de instituições parcerias estavam questões como a agricultura de precisão, consórcios produtivos, sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, sistemas agroflorestais, manejo de culturas, opções de cultivares e os desafios perante o novo Código Florestal.
O evento foi o primeiro de uma série de nove dias de campo que serão realizados ao longo do ano pela parceria entre Embrapa e Sistema Famato. As instituições se juntaram como forma de fomentar a transferência de tecnologia em Mato Grosso.
“Esta parceria é muito importante porque vem trazer para os produtores novas tecnologias e novas possibilidades de produção, não só na agricultura, mas também em outras cadeias, como a pecuária de leite e de corte”, analisa diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini.
Além da realização conjunta de dias de campo, a parceria entre a Embrapa e o Sistema Famato contemplará a capacitação de técnicos e produtores e o desenvolvimento de pesquisas econômicas em Unidades de Referência Tecnológica (URTEs), por meio do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
“Isto será importante, pois a Embrapa não tem tanta estrutura para levantar e qualificar os dados econômicos que serão gerados nestas Unidades. Com a parceria, a Famato vai nos ajudar no aspecto técnico e na divulgação do nosso trabalho, possibilitando um fluxo mais rápido para a tecnologia chegar ao produtor”, avalia o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agrossilvipastoril, Lineu Domit.
Com uma abordagem diversificada sobre os sistemas integrados de produção agropecuária, este dia de campo teve caráter mais institucional, visando mostrar à sociedade um pouco das pesquisas desenvolvidas pela Embrapa em Mato Grosso. De acordo com o chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, João Flávio Veloso Silva, os próximos eventos da parceria serão ainda mais técnicos, com temas mais aprofundados em a algumas cadeias produtivas, como a do leite, por exemplo, que terá um dia de campo provavelmente em abril.
”Será um evento mais técnico, destinado, principalmente, aos agentes de assistência técnica e extensão rural que participam de nossos processos de capacitação continuada. Iremos discutir especificamente para a cadeia do leite alguns temas relevantes, como por exemplo, alimentação na seca, sombreamento, aspectos sanitários que são relevantes para Mato Grosso”, afirma.
O evento
As sete estações apresentaram diferentes aspectos dos sistemas integrados de produção, mostrando desde alternativas para os pequenos produtores, como os sistemas agroflorestais (SAFs), até opções de uso da agricultura de precisão, direcionada aos produtores mais tecnificados.
Temas como a utilização de sensores na adubação nitrogenada de cobertura de milho safrinha, consórcio de milho com crotalária e com braquiária, o panorama das doenças da safra de soja 2012/2013 e os desafios dos produtores diante do Novo Código Florestal foram alguns dos que mais chamaram a atenção dos participantes.
“Gostei muito dos consórcios de milho. Como fazemos agricultura e pecuária de corte, podemos associar o milho com a braquiária, aumentando as possibilidades na fazenda. Esta prática pode ajudar bastante”, disse a produtora de Alta Floresta Elvina Bortes.
“Esta apresentação sobre o Código Florestal vai reduzir a dúvida de muita gente. É uma necessidade para os agricultores da região”, afirmou o produtor Mune Matsubara.
Já o técnico da prefeitura de Tabaporã, Roberto Vagner Pinheiro, se interessou pelas alternativas para os pequenos agricultores, como os sistemas agroflorestais, as cultivares de arroz e feijão, o cultivo de feijão safrinha e as opções de plantas forrageiras.
“Para o leite, a escolha correta da pastagem é muito importante. É fundamental conhecer a produtividade, quantidade de matéria seca produzida por hectare, a tecnologia, as variedades, qual vai melhor naquele solo e qual atende à necessidade do produtor. Muitas vezes se vê materiais com enorme capacidade de produção, mas que não são viáveis para a realidade daquele produtor”, avalia.
As perspectivas futuras dos sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) também despertaram a atenção dos participantes. Em uma das estações, eles puderam conhecer um pouco mais sobre a implantação de um sistema como este e os custos envolvidos na operação.
“Talvez seja um dos grandes novos modelos de produção. Poder diversificar a agricultura, a pecuária e a produção silvicultural vem ao encontro dos anseios do mundo. É um sistema inovador e, a cada dia que passa, precisamos trabalhar este novo modelo, com muita força”, disse o secretário estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar, Meraldo Figueiredo de Sá, que também participou do evento.
Comentários