Venezuela será uma fortaleza inexpugnável, diz Chávez
Washington proibiu, no começo do ano, a venda de material bélico com tecnologia norte-americana para Caracas, em meio a um conflito verbal ácido entre ambos os governos. A Venezuela afirma estar apenas modernizando suas Forças Armadas.
"Vamos converter a Venezuela, em poucos anos, em uma verdadeira fortaleza inexpugnável, do ponto de vista militar. Nada nem ninguém poderá se meter com a Venezuela", disse o mandatário em um ato militar celebrado em Maracay e transmitido pela emissora de televisão estatal.
Chávez disse que comprará aviões de transporte russos Antonov e aviões de treinamento, mas não deu detalhes sobre a quantidade de aeronaves, nem sobre o montante da operação.
"Compraremos alguns aviões Antonov russos, similares ou até melhores que os Hércules, para ter uma boa frota de transportes ... e estou muito interessado em alguns aviões de treinamento", anunciou antes de partir para Nova York, onde participaria da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas.
A Venezuela assinou com a Rússia um contrato de 3 bilhões de dólares para o fornecimento de material bélico, que inclui 53 helicópteros MI e 24 caças Sukhoi 30, além de 100.000 fuzis Kalashnikov — dos quais metade já entrou no país.
"Já assinamos o contrato para os helicópteros russos, que são 14 helicópteros de ataque de última geração. Eles começarão a chegar no próximo ano ..., em dezembro chegarão os primeiros Sukhoi venezuelanos", declarou.
Recentemente, Chávez disse que tem intenção de adquirir um sistema de defesa antiaéreo.
Os EUA, que consideram o militar reformado uma ameaça para a estabilidade democrática da região, bloqueou a venda de aviões brasileiros e espanhóis para a Venezuela, alegando que o país não coopera o suficiente na luta contra o terrorismo.
As relações entre Caracas e Washington se deterioram desde 1999, com a chegada de Chávez ao poder. Ele afirma estar implantando um governo "revolucionário socialista" no país, que é o quinto maior exportador mundial de petróleo.
Apesar das acusações mútuas, ambos os países mantêm uma intensa relação comercial.
"Se quer a paz, prepare-se para a guerra. E é isso que nós fazemos, preparando-nos para a guerra, porém exatamente para evitar que a guerra chegue a nós", afirmou Chávez, que assegura que a Casa Branca planeja invadir o país e apoderar-se de seus ricos recursos naturais.
"Queremos a paz, porém temos que nos preparar para que os agressores de sempre não nos invadam", enfatizou.
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