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Internacional
Quarta - 20 de Setembro de 2006 às 07:35

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O Governo iraquiano defendeu hoje a destituição do chefe do Tribunal Penal Supremo, que julga o ex-presidente Saddam Hussein e seis ex-assessores por genocídio, e afirmou que tem como objetivo "garantir a imparcialidade da Corte". Esta postura foi expressada pelo porta-voz do Executivo, Ali al-Dabagh, em comunicado cuja distribuição em Bagdá coincidiu com a 10ª audiência do julgamento, boicotada pelos advogados da defesa.

"O Conselho de Ministros decidiu levar o juiz (o xiita) Abdala Al Amiri ao Conselho Supremo de Justiça a fim de garantir a imparcialidade do tribunal", afirma a nota de Dabagh.

A decisão foi criticada pelo chefe do comitê da defesa, Khalil al-Dulaimi, que a considerou "uma flagrante interferência do Executivo nos trabalhos do tribunal".

"Além disso, contradiz as alegações (do Governo), segundo as quais o processo é justo e transparente", disse Dulaimi, que reiterou que o processo "é ilegal, porque se desenvolve sob a ocupação".

Os advogados anunciaram que boicotaram a sessão de hoje do processo, presidida pelo novo juiz, Mohamad Majid Khalifa, em protesto contra a destituição de Amiri que começou a audiência da causa em 22 de agosto.

Amiri foi destituído após uma onda de críticas contra ele após ter afirmado em uma das sessões do julgamento que Saddam "não era um ditador".

O próprio Saddam Hussein protestou hoje também por causa da destituição de Amiri e a nomeação de Khalifa que, após uma discussão com o deposto presidente, decidiu expulsá-lo da sala.

Saddam e seus seis ex-colaboradores, incluindo o primo do ex-ditador Ali Hassan al Majid, conhecido como "Ali Químico", são acusados de genocídio e de crimes de guerra e contra a humanidade no caso "Al Anfal".

Nessa operação, que coincidiu com os últimos dois anos da guerra entre o Iraque e o Irã (1980-88), o Exército de Saddam fez ataques maciços contra os curdos do norte do Iraque e causou a morte ou o desaparecimento de mais de 180.000 pessoas, segundo o procurador-geral do tribunal.





Fonte: EFE

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