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Nacional
Quarta - 20 de Setembro de 2006 às 02:12

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Policiais da 81ª DP (Itaipu), na Região Oceânica em Niterói, investigam o desaparecimento do bebê Waira Laine, de um mês, que a mãe, Lúcia Alvares da Conceição, 30 anos, afirma ter sido seqüestrado na noite de segunda-feira por um casal armado com um revólver, que invadira sua casa e arrancara a criança, que mamava em seu peito.

O delegado Claudio Emmer, titular da 81ª DP, desconfia da história contada pela mulher e acredita que ela possa ter doado ou vendido o bebê a um casal de mulheres, que mora em Maricá, ou a um homem que mora em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro. A mulher nega a doação ou a venda, mas admitiu em depoimento que "há duas semanas vinha negociando entregar a filha recém-nascida a pessoas que a procuraram pedindo o bebê.

Segundo Maria Lúcia contou em sua casa, ontem de manhã, estava dando de mamar à filha quando uma mulher - que ela conheceu na semana passada, disse ser evangélica e se apresentou como Verônica - bateu à sua porta e pediu para ir ao banheiro. "Waira estava mamando em meu peito e logo depois que Verônica entrou, um homem apareceu, de revólver na mão, arrancou minha filha de meus braços e saiu correndo junto com a mulher. Eram 20h, chovia e eu ouvia um programa evangélico numa rádio. Corri, mas não vi mais eles", disse.

Maria Lúcia mora na rua 16, no final do Condomínio Maravista, próximo a um local conhecido como Goiabão, que mistura casas de luxo com barracos pobres e miseráveis. A mãe do bebê mora em um destes barracos. Tem apenas um cômodo, que serve de sala, quarto e cozinha, onde existem apenas uma cama de casal, um berço, um guarda-roupa, um fogão e uma televisão.

A mulher veio há algum tempo do Rio Grande do Norte com a família tentar a sorte no Rio. Desempregada, teve dois filhos com o primeiro companheiro, que a abandonou e levou as crianças para São Paulo. Ficou grávida do segundo filho de outro companheiro, que a abandonou logo depois que o bebê morreu dias antes do parto.

Depois teve outro namorado, com quem teve Cassiane, 2 anos, que também a abandonou. Com um quarto companheiro, teve a Waita Laine, mas ele também a abandonou antes da criança nascer. Agora, ele arranjou o quinto namorado, o ajudante de pedreiro Edson Ribeiro, que prometera registrar Cassiane e Waira em seu nome. Edson, segundo ela, trabalha em uma obra na zona do sul do Rio e somente vai para sua casa as sextas-feiras, retornando domingo a noite ao emprego.

Quando se internou no Hospital Azevedo Lima, em São Gonçalo, e teve Waira, Maria Lúcia diz ter sido procurada por duas mulheres que moram juntas em Maricá e têm um pet-shop. Elas estavam interessadas em adotar a menina, pois sabiam que ela não tem condições de criar mais um filho. Além delas, a mãe do bebê disse que Verônica, que é da Igreja Batista do Fonseca, à procurou a semana passada querendo ajuda-la e pediu para ficar com a criança.

Na manhã desta segunda-feira, em sua casa, ao relatar o seqüestro de sua filha, Maria Lúcia era só desespero. Gritava, agarrada aos vizinhos, que queria o bebê de volta. Sua filha Cassiane, assustada, agarrava as pernas de sua mãe e também chorava. Por duas vêzes a mulher desmaiou e teve de seu socorrida por vizinhos. Em sua casa, ela mostrou as roupinhas que tinha ganho da igreja evangélica Assembléia de Deus, de Itaipu. Às 10h da manhã, ela foi levada para a 81ª DP, onde prestou depoimento ao delegado Claudio Emmer e ajudou a polícia a confeccionar o retrato falado do casal de sequestradores. Segundo ela, o homem é negro, tem 1,78m, forte, tem entre 35 e 45 anos e usava um boné com a pala virada para trás. A mulher, que diz chamar-se Verônica, é parda, tem 1,75cm, cabelos pretos, entre 30 e 40 anos, e usava um lenço cobrindo os cabelos.

Depois de ouvir a mulher, o delegado acredita que ela possa ter dado ou vendido o bebê e que arrependeu-se. Sem saber como explicar à família o desaparecimento de Waira, teria inventado o sequestro da filha. Maria Lúcia aparenta ter problemas mentais e, segundo apurou a polícia, sua mãe também teve problemas ao doar seus filhos e depois se arrependeu.




Fonte: O Dia

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