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Nacional
Quarta - 20 de Setembro de 2006 às 01:32

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BRASÍLIA - Diretor de Gestão de Risco do Banco do Brasil, o petista Expedito Afonso Veloso, participou ativamente da operação de montagem e divulgação do dossiê que tenta vincular o ex-ministro da Saúde José Serra à máfia dos sanguessugas, responsável pelo desvio de dinheiro público para na compra de ambulâncias a preços superfaturados.

Conforme apurou o blog do Noblat, hospedado no Portal do Estadão, o diretor do BB entrou em férias no último dia 29. Desde então, Expedito trabalha na campanha de Lula, na qual não tem uma função específica. Ora recolhe informações econômicas capazes de reforçar o discurso do PT ou de Lula, ora faz trabalhos típicos de araponga.

Na semana passada, Expedito foi despachado para Cuiabá com a missão de convencer os empresários Darci e Luiz Antonio Vedoin, donos da Planam e cérebros do esquema sanguessuga, a conceder uma entrevista à revista IstoÉ falando contra Serra e do seu sucessor no Ministério da Saúde, Barjas Negri. A entrevista durou pouco mais de uma hora, segundo contou o próprio Expedito a um amigo.

A participação do diretor do Banco do Brasil não se limitou a isso. A maioria dos documentos que os Vedoin entregaram à Justiça como parte do dossiê produzido com o objetivo de implodir a candidatura de Serra ao governo de São Paulo foi reunida pelo próprio Expedito, que se encarregou de repassá-las aos empresários. “Fui eu que investiguei tudo e montei o dossiê”, revelou o diretor ao amigo.

A revelação de Expedito foi feita no início da noite da última quinta-feira. Àquela hora, Gedimar Passos, ex-agente da Polícia Federal contratado para trabalhar na campanha de Lula, e o empresário Valdebran Padilha, filiado ao PT de Mato Grosso e amigo dos Vedoin, estavam reunidos numa das unidades do Hotel Íbis em São Paulo. Eles já tinham se encontrado ao menos outras duas vezes.

Valdebran voara a São Paulo a pedido dos Vedoin para receber o R$ 1,75 milhão cobrados por eles em troca da entrevista e de documentos fornecidos para a montagem do dossiê. Gedimar estava ali para conferir se o dossiê de fato valia o preço cobrado e informar a seus superiores em Brasília - entre eles, Jorge Lorenzetti, sindicalista que desempenhava o papel de churrasqueiro nas festas promovidas por Lula e sua família.

As investigações desde o início Presos pela Polícia Federal na madrugada da sexta-feira, Gedimar e Valdebran começaram a contar parte da história do mais recente escândalo do governo Lula. Gedimar citou um certo “Freud ou Froude” como a pessoa de quem partira a ordem para que se pagasse o preço acertado com os Vedoin. Sabe-se agora que esse personagem se chama Freud Godoy, responsável pela segurança de Lula nos últimos 17 anos e ocupante de um posto de confiança na Secretaria Particular da Presidência da República.

Freud negou à polícia ter participado da armação, mas acabou perdendo o emprego no Planalto. Em depoimento de quase 3 horas dado ontem na Superintendência da Polícia Federal em Cuiabá, Valdebran confirmou que era do PT o dinheiro usado para comprar o dossiê e apontou Expedito - sem citar seu nome completo nem o cargo público que ocupava - como protagonista da operação. Expedito é funcionário de carreira do Banco do Brasil desde o final dos anos 80. Mineiro de Ponte Nova formado em economia pela Universidade de Viçosa, mudou-se para Brasília em 2000.

Filiado ao PT, ocupava até 2003 um cargo de quinto escalão na hierarquia do banco, o de gerente de divisão. Com a chegada dos petistas ao poder, ele deu um salto e foi promovido a diretor-executivo, um posto que fica logo abaixo do patamar ocupado pelos vice-presidentes e pelo presidente do BB. Expedito é um dos 974 petistas indicados pelo partido para ocupar cargos de confiança que estão em dia com sua contribuição financeira cobrada mensalmente pelo partido.

Nunca teve peso na estrutura do PT nacional e nem mesmo no de Brasília. Em março passado, se ofereceu para disputar as eleições do Distrito Federal como candidato a senador, suplente de senador ou vice-governador. Não foi aceito para nenhuma das opções. Conseguiu um lugar na campanha de Lula por ter elaborado um estudo comparando o desempenho do governo Lula e do governo Fernando Henrique na área econômica.




Fonte: Do Blog do Noblat

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