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Internacional
Terça - 19 de Setembro de 2006 às 15:52

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Receio, dúvidas e uma dose moderada de otimismo foi o saldo deixado na terça-feira pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, junto à comunidade empresarial dos Estados Unidos.

Morales, envolvido em disputas internacionais depois da decisão de nacionalizar o setor de petróleo e gás na Bolívia, falou no Conselho das Américas para mais de 120 executivos, principalmente da área de energia, e tentou dar garantias de que seu governo respeitará a propriedade privada.

Mas no coração de Manhattan, Morales, que governa o país com a segunda maior reserva de gás natural da América do Sul, teve de enfrentar perguntas sobre eventuais expropriações.

"(Ele) tem um passado com ações radicais e agora tem que refazer esse caminho", disse Terry Turner, executivo da Golden Eagle International, empresa que explora minas de ouro e cobre. "A principal preocupação foi como fará para garantir os direitos da propriedade privada, como sua administração fará para assegurá-los e proteger o investimento externo", acrescentou Turner, que descreveu o discurso de Morales como muito transparente.

A nacionalização do principal recurso natural da Bolívia, país mais pobre da América do Sul, gerou tensões entre La Paz e Brasília pela transferência das refinarias da Petrobras ao Estado boliviano.

Evo Morales, que chegou à reunião com sua tradicional jaqueta preta com motivos indígenas, disse: "Há negociações, somos flexíveis (...) Estou seguro que com o companheiro (presidente do Brasil, Luiz Inácio) Lula (da Silva) vamos melhorar".

"Qualquer empresa tem a obrigação de respeitar as normas internas de um país. (Os brasileiros) sabem e reconhecem a nacionalização, seja como a empresa, Petrobras, ou o presidente, como o governo do Brasil", afirmou.

A medida de nacionalização também agitou o esquema de energia da região.

A Argentina precisou assumir uma forte alta no preço do gás natural que importa da Bolívia que, por sua vez, transferiu para o Chile e disparou uma série de atritos diplomáticos entre Santiago e Buenos Aires.

Em Nova York, Morales voltou a se definir como "mais sindicalista do que presidente".

"Sou amigo das mudanças, mas para mim, o que não está claro, do ponto de vista de um empresário privado, é em que estrutura e em que políticas para a empresa privada vão se dar essas mudanças", disse o empresário boliviano Oscar Bazoberry, da World Data, com sede nos Estados Unidos.

"A Bolívia tem que trabalhar muito... Me parece que este governo está em processo de aprendizagem", complementou.





Fonte: EFE

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