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Polícia Brasil
Sábado - 23 de Fevereiro de 2013 às 13:25
Por: ESTELITA HASS CARAZZAI

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A investigação da Polícia Civil que levou ao indiciamento de uma médica sob suspeita de homicídio teve o apoio de um policial disfarçado de auxiliar de enfermagem na UTI de um hospital de Curitiba.

Folha apurou que esse agente permaneceu por dois meses infiltrado no Hospital Universitário Evangélico, entre o fim de 2012 e o início deste ano, próximo de Virgínia Soares Souza, 56, presa desde o início da semana. Ela nega ter cometido crimes.

A polícia usa o relato desse policial na investigação, iniciada há um ano, e ainda apura a possível participação de outros funcionários da UTI na morte de pacientes. O inquérito está sob sigilo.

A prisão da médica motivou uma onda de registros de ocorrência por familiares de pessoas que morreram quando estavam internadas no local.

Cerca de 60 novos depoimentos foram colhidos desde terça-feira pela polícia, dez vezes o total de casos do inquérito --que oficialmente investiga seis mortes, segundo apurou a reportagem.

A técnica de enfermagem Edinéia de Lima Leal, 27, foi ontem à polícia relatar a morte do irmão Ewerton Virgílio Leal, 21, em 2012, de parada respiratória, após sofrer acidente de motocicleta, ficar tetraplégico e passar 30 dias internado.

"O quadro era grave por causa da perda de movimentos. Mas era um menino de 21 anos, supersaudável", disse à Folha.

Segundo ela, o irmão chegou a dizer que queriam matá-lo, retirando o oxigênio dele várias vezes. "Nós não temos prova, mas queremos que investiguem", disse. O hospital confirma que Ewerton esteve internado na UTI.

Segundo policiais, os novos casos são registrados e darão origem a outros inquéritos. Será analisado se os relatos são verossímeis e, se comprovadas irregularidades, poderão ser anexados à investigação principal.
Uma ex-paciente disse ao "Jornal Nacional" que ficou internada em dezembro e ouviu a médica mandando que desligassem seus aparelhos. Ela disse que, na ocasião, escreveu um bilhete pedindo para que fosse retirada de lá.

Ontem, o "Jornal Hoje" exibiu depoimento de uma ex-técnica de enfermagem que disse ter visto um colega injetando uma seringa numa paciente de 83 anos, em 2009, após conversa com Virgínia.

"Minutos depois, ela [a idosa] foi a óbito", disse a mulher, que não se identificou.

A direção do hospital diz já ter mudado a equipe da UTI.






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