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Economia
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 17:12

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As matrizes energéticas de Mato Grosso foram retratadas num estudo lançado pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético da UFMT (Niepe). Para a realização do levantamento foi obedecida a divisão oficial de Mato Grosso em cinco mesorregiões: Centro-Sul, Sudeste, Sudoeste, Nordeste e Norte. A análise compreendeu o período de 1995 a 2003.

O estudo foi custeado pela Eletronorte e executado pela UFMT-Niepe com o apoio da Fundação Uniselva, com a colaboração da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) e Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt). A elaboração do trabalho ficou a cargo dos engenheiros químicos Otacílio Canavarros e Moisés Cândido de Melo, do engenheiro civil José Ermete Rabello Leite (Cemat) e do engenheiro eletricista Noel Flávio Costa Ferreira. O professor doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos pela Unicamp, Otacílio Canavarros, coordenou o trabalho.

O trabalho ressalta os potenciais energéticos disponíveis no Estado e aponta quais são as grandes novidades da área. Um dos principais destaques é sobre a produção de biodiesel. O grupo de estudo do Niepe concluiu que Mato Grosso poderá ser um grande produtor de biodiesel nos próximos anos em decorrência da elevada e diversificada produção de oleaginosas e do interesse empresarial que já começa a ser notado.

Quanto ao potencial de biomassa em Mato Grosso, a constatação é que há expressivos volumes e com grandes possibilidades para uso energético. Os principais são os resíduos industriais de madeira, casca de arroz, bagaço de cana, palhas e pontas da cana-de-açúcar.

As mesorregiões de Mato Grosso apresentam acentuadas desigualdades em seus aspectos sócios-econômicos, geográficos, ambientais e energéticos. Também foi apontada a dependência energética externa relativa aos derivados de petróleo cada vez mais crescente, especialmente quanto ao óleo diesel.

O acréscimo na produção de energia elétrica de origem hidráulica nos últimos três anos, passando o Estado à condição de exportador do insumo, é outro destaque do estudo.

Em 2005, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Mato Grosso representava 2,0% da capacidade instalada no país, sendo 1.092,17 MW de hidroelétricas; 115,24 MW de termoelétricas a óleo diesel; 76,16 MW de termoelétricas à base de biomassas e 529,20 MW da termoelétrica a gás natural. A boa notícia é que em dois anos serão adicionados mais 210,36 MW na atual capacidade instalada de geração de energia.

Entre as recomendações do grupo de estudo destacam-se a criação de um Sistema Estadual de Informações e Dados Energéticos, a ser coordenado pela Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia, a implementação de um programa de incentivo à diminuição do consumo de óleo diesel nos setores de transporte, agropecuário e energético, substituindo-o pelo biodiesel e por outros energéticos menos impactantes. Também constam nas propostas o estímulo para que os veículos oficiais sejam movidos a álcool e o estímulo ao uso de coletores solares nos imóveis residenciais por um mecanismo de desconto no IPTU.





Fonte: 24HorasNews

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