Vazamento químico causa susto na ISS
"A tripulação (da ISS) está muito bem, a situação é estável", disse durante entrevista coletiva celebrada em Houston. Pouco depois, o astronauta Jeff Williams, também assegurou que tudo estava sob controle no laboratório orbital.
"Consideramos esta situação normal e nossos colegas da (agência espacial americana) Nasa estão totalmente de acordo conosco", disse, por sua vez, o porta-voz da agência russa, Roskosmos, Igor Panarine.
O vazamento do que parece ser hidróxido de potássio (KOH), um produto irritante, mas não mortal, foi localizada perto de um gerador de oxigênio, situado no módulo russo Zvezda da ISS, informou Suffredini.
"Ainda não entendemos completamente a natureza deste vazamento", acrescentou, afirmando que em nenhum momento a tripulação da ISS precisou usar máscara de oxigênio ou de gás, mas unicamente máscara cirúrgica e luvas.
O incidente não atrasará o acoplamento, na quarta-feira, da cápsula russa Soyuz, lançada nesta segunda-feira de Baikonour (Cazaquistão) com a primeira mulher turista espacial, a americana de origem iraniana Anousheh Ansari, que viajou juntamente com o comandante americano Michael Lopez-Alegria e o engenheiro de bordo russo Michail Tiurin. Estes dois astronautas substituirão Vinogradov e Williams, cuja permanência de seis meses na ISS finaliza nesta semana.
Ansari voltará com eles para a Terra no fim de setembro na mesma nave Soyuz. Lopez-Alegria e Michail Tiurin ficarão na ISS com o alemão Thomas Reiter, da Agência Espacial Européia, que chegou à estação em julho passado.
Paralelamente, os astronautas do ônibus espacial Atlantis fizeram nesta segunda-feira uma última inspeção no escudo térmico das asas e do nariz da nave.
Depois de ter se desacoplado da ISS neste domingo, o Atlantis foi manobrado para manter uma distância de 74 km da estação, uma distância que manterá por mais de 24 horas para fazer a inspeção e aguardar os resultados definitivos.
Em caso de danos, o Atlantis estará, assim, perto o suficiente da ISS para voltar a se acoplar.
"Tudo parece muito bem", disse Paul Dye, o diretor de vôo do ônibus espacial. "Não vi nada pendente durante todo o tempo em que acompanhamos" as imagens transmitidas, acrescentou.
Uma vez conhecidas as análises desta inspeção, dentro de 24 horas, os encarregados do vôo darão ou não o sinal verde para continuar com os procedimentos para a reentrada da nave, cuja aterrissagem está prevista para o amanhecer de quarta-feira (09H57 GMT, 06h47 de Brasília) na Flórida, ao fim de uma missão de 11 dias.
Esta última inspeção, de cerca de quatro horas, foi feita com a ajuda de uma câmera de alta definição e de lasers presa na extremidade de uma plataforma de 15 metros do braço mecânico da nave.
O objetivo é detectar eventuais danos causados pelo impacto de micrometeoritos.
Todas as inspeções feitas antes em órbita demonstraram que o Atlantis não sofreu desgastes nos primeiros minutos do lançamento, ao contrário do ônibus espacial Columbia, cuja destruição em fevereiro de 2003 foi provocada por um pedaço da espuma isolante que se furou a asa pouco depois da decolagem, causando sua desintegração durante o procedimento de reentrada na atmosfera terrestre.
A missão do Atlantis marca a retomada da construção da ISS, suspensa desde o acidente com o Columbia.
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