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Economia
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 08:36
Por: Mariana Perez Franco

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Mantendo a tradição, sojicultores do Médio Norte mato-grossense estão prontos para dar início à nova safra com o plantio das lavouras precoces e aguardam apenas pelas chuvas. Apesar da pontualidade, as perspectivas do mercado não sinalizam o fim da falta de liquidez no campo, pelo contrário, revelam que levando em consideração os números atuais do mercado, o Médio Norte terá de produzir 58 sacas por hectare (ha), enquanto são esperadas cerca de 46 sacas/ha nesta nova safra, média para o Estado. Em outras palavras, será mais uma safra com déficit projetado, desta vez de 12 sacas/ha.

A estimativa é da AgRural. Números levantados pela assessoria de comercialização apontam que serão necessários investimentos em torno de US$ 430 para o cultivo de cada hectare na região, considerando apenas os custos variáveis. “As cifras estão bastante similares aos números do ano passado. Mas vale ressaltar que isso é uma estimativa. Pode variar para mais ou para menos no Estado, devido as desigualdades regionais”, exclama o analista de mercado da AgRural em Cuiabá, Seneri Paludo.

E justamente em função das disparidades nas regiões produtoras, o analista prefere não especular quais seriam os reflexos financeiros de um déficit de 12 sacas/ha.

A necessidade de 58 sacas/ha se revela pelo seguinte raciocínio: investimento por hectare, previsão de rentabilidade por hectare, preço atual, prêmio e custos com frete para o escoamento da produção. Se o hectare plantado está orçado em US$ 430 e no momento o mercado internacional tem cotação de US$ 5,7975 por bushel (padrão de medida norte-americano equivalente a 27,2154), prêmio de 27 pontos positivos e custos com frete estimado em US$ 100 por tonelada (t) – para escoar a nova safra -, “o empate entre receita e despesa só vem com o rendimento das 58 sacas/ha”, exclama o analista.

Paludo frisa que a busca pelas 58 sacas/ha evidencia bem a crise. “A alta produtividade depende de ‘São Pedro’, pois a AgRural ao estimar uma produtividade de 46 sacas/ha leva em conta a redução na aplicação de tecnologia nas lavouras, acreditamos que menos fertilizantes e adubos serão utilizados. A safra 06/07 tem um início mais complicado porque traz a herança da safra 05/06 - dívidas e baixa produtividade, a menor da década (42 sacas/ha). Agora são dois ciclos ruins encavalados e para alguns produtores talvez, seja a terceira safra no vermelho”.

Se há algo alterado para melhor, Paludo conta que dentro das análises para o levantamento do custo de produção percebe-se que os preços dos agroquímicos apresentam redução, enquanto o custo do gerenciamento logístico aumentou e atualmente ocupa 25% do custo total da produção e incluem gastos com mão-de-obra e óleo diesel.





Fonte: Diário de Cuiabá

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