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Polícia Brasil
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 08:12

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Setenta e um porcento das presas da Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May foram detidas por tráfico de drogas. Das 195 mulheres que estão na instituição, 148 respondem pelo crime. Em 2006 o número de mulheres presas aumentou em 10% se comparado com o ano de 2005. De 1º de janeiro a 14 de setembro deste ano, 41 traficantes foram levadas à instituição prisional por transportarem entorpecentes. No mesmo período do ano passado, foram 37 mulheres.

Dados da Polícia Federal (PF) apontam que, em Mato Grosso, as mulheres representam mais de 20% das prisões por tráfico. Os entorpecentes mais apreendidos são a cocaína e a pasta-base, devido a proximidade com a fronteira da Bolívia. A maconha ocupa o segundo lugar no ranking das apreensões, mas segue uma rota diferenciada.

Em apenas duas operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e PF, nos dias 9 e 14 deste mês, foram apreendidos 194 quilos de pasta-base e cocaína. Destes, 112 foram localizados na BR-070, que dá acesso à cidade de Cáceres (a 224 km de Cuiabá), principal rota da droga em Mato Grosso.

A assessoria de imprensa da PF explica que é comum as mulheres tentarem passar com quantidades menores pela barreira levando a droga escondida no órgão genital. Também não é rara a ingestão dos papelotes para que o policiamento não encontre vestígios do entorpecente. Nesses casos, a pessoa arrisca a própria vida durante o transporte, diante da chance da "trouxinha" de droga romper-se no estômago.

No último dia 5, duas bolivianas foram presas em Cáceres por policiais do Grupamento Especial de Fronteira (Gefron) sob a acusação de tráfico de drogas e tentativa de suborno. Uma delas ingeriu 45 cápsulas de pasta-base. Elas foram descobertas porque policiais suspeitaram das mulheres que viajavam em um ônibus. Ao serem encaminhadas ao Posto do Limão, para serem examinadas por uma enfermeira, uma das suspeitas tentou subornar a profissional da saúde e acabou sendo presa também.

Na Bolívia um quilo de cocaína é vendido por U$ 2 mil, equivalente a cerca de R$ 5 mil. Após o "batismo" da droga (quando ela é misturada com várias substâncias como talco, cimento, entre outros, para aumentar a quantidade do produto), a mesma quantidade pode render até o dobro de lucro para o traficante em Mato Grosso.

Como a distância também é contabilizada no tráfico, quanto mais longe da fronteira, mais cara fica a venda. Em estados como São Paulo, por exemplo, o produto pode render até três vezes mais que o valor pago na Bolívia.




Fonte: Gazeta Digital

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