Meirelles diz que crescimento do Brasil é sustentado
"Não há dúvidas de que o país está no caminho do crescimento sustentado desde o terceiro trimestre de 2003 com alguma volatilidade", disse Meirelles, durante uma conferência. "Claramente, tivemos uma volatilidade temporária por conta de ajustes no nível de estoques".
O Produto Interno Brasileiro (PIB) cresceu apenas 0,5 por cento no segundo trimestre em relação aos três primeiros meses do ano.
"No segundo trimestre a Copa do Mundo foi um fator. Em dia de jogo do Brasil o país pára. Esta é uma paixão nacional... isso representa menos horas trabalhadas", afirmou Meirelles durante palestra promovida pela Câmara Brasil-Estados Unidos de Comércio.
Uma greve e algumas paralisações de fábricas em São Paulo também reduziram o número de horas trabalhadas entre abril e junho, disse.
"Não há razão para uma revisão da tendência de crescimento do Brasil", acrescentou Meirelles.
O governo brasileiro espera um crescimento de 4 por cento da economia este ano, mais alto do que a estimativa feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), de 3,6 por cento. O FMI prevê uma expansão econômica de 4 por cento em 2007.
Meirelles argumentou que o aumento na criação de empregos formais, para uma média de 1,2 milhão de postos de trabalho no período 2004-2006, ante 667 mil em 2003, e o aumento no ganho médio real do trabalhador sustentavam o crescimento.
A expansão do crédito e os estímulos fiscais também devem incrementar o crescimento na segunda metade do ano, afirmou Meirelles, que evitou responder a perguntas de jornalistas brasileiros sobre a possibilidade de assumir o Ministério da Fazenda caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja reeleito.
"A demanda é bem menos volátil do que o crescimento da oferta", disse Meirelles a jornalistas. "Uma vez que a volatilidade da oferta moderar, nós teremos uma economia mais estável".
Meirelles comentou ainda sobre a inflação no país. "Não há muita dúvida que a inflação está dentro da meta", disse. Meirelles não quis comentar se o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC fará novos cortes na taxa básica de juros este ano.
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