Líder muçulmano pede "dia de ira islâmica" na próxima sexta-feira
Segundo informa hoje a emissora de TV "Al Jazira", com sede no Catar, onde reside Qaradawi, o destacado clérigo islâmico insistiu, no entanto, em que os muçulmanos devem evitar ações de violência como as que ocorreram após a publicação das vinhetas de Maomé.
"A união pede aos muçulmanos que façam com que na próxima sexta-feira seja um dia de ira, mas essa ira deve ser razoável e com sensatez", disse o chefe da União Mundial de Ulemás Islâmicos, integrada por importantes clérigos de todos os Estados muçulmanos.
"Advertimos aos muçulmanos que não ataquem mesquitas nem pessoas (cristãs). Advogamos pela sensatez. O que puderem manifestar-se na sexta-feira, que o façam, e os que não puderem, que se sentem nas mesquitas", afirmou.
Tanto Qaradawi como outros dirigentes muçulmanos consideraram insuficientes as explicações dadas no domingo pelo Papa Bento XVI sobre seus comentários de terça-feira na Alemanha.
O Pontífice expressou aos muçulmanos sua "aflição", porque suas palavras foram mal interpretadas, e insistiu em que em absoluto faltou o respeito à fé islâmica.
No discurso, pronunciado, em 12 de setembro, em Regensburg (Alemanha), o Papa citou um diálogo entre o imperador Manuel II Paleólogo (1391) com um erudito persa.
O imperador pedia ao erudito persa que lhe mostrasse algo que o mundo devesse a Maomé que fora novo e respondia ele mesmo que só encontraria coisas "más e desumanas, como sua ordem de divulgar a fé através da espada". "O Papa tem que tirar estas palavras do texto original" do discurso que pronunciou na terça-feira na Alemanha, disse Qaradawi.
Além disso, o líder muçulmano disse que em seu discurso de domingo o Bento XVI não ofereceu desculpas, mas "acusou os muçulmanos de não terem entendido bem suas palavras".
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