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Internacional
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 04:30

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As divergências que impedem a formação do Governo de união nacional entre o presidente Mahmoud Abbas, do Fatah, e o primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Movimento Islâmico Hamas, são graves, indica hoje o jornal governista "Al Ayam". As diferenças entre ambos os dirigentes estão relacionadas com a plataforma política desse Governo, cuja formação foi acordada há uma semana na Cidade de Gaza, mas que ainda não se concretizou.

Segundo o jornal, por causa dessas divergências o Governo de unidade "se encontra clinicamente morto".

Fontes políticas citadas pelo "Al Ayam", que não se identificaram, dizem que os contatos entre Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), e Haniyeh para formar o novo Gabinete de União Nacional, foram suspensas por tempo indefinido.

Acredita-se que as divergências mencionadas pelo "Al Ayam" giram em torno das três exigências que o Quarteto de Madri (EUA, União Européia, Onu e Rússia) impôs ao Governo de Haniyeh, e que o primeiro-ministro do Hamas, desde março deste ano no poder, rejeitou plenamente até o momento.

As exigências são as de que o Hamas desarme sua milícia, que reconheça a legitimidade de Israel e que respeite os acordos que a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e a ANP firmaram com o Estado judeu.

Segundo o jornal de Ramala, o Hamas exige a mudança das cláusulas nos acordos com Israel, assinados pelo falecido presidente Yasser Arafat, em consonância com "os interesses do povo palestino".

O Hamas, que venceu as eleições legislativas de janeiro deste ano, e conta com ampla maioria no Conselho Legislativo palestino, nasceu no final da década de 80 em Gaza, em plena Intifada (levantamento) contra a ocupação israelense, e não faz parte da coalizão de forças nacionais agrupadas na OLP.

Segundo a lei palestina, Abbas tem poder legal para dissolver o Governo, mas existe um temor que essa decisão possa precipitar enfrentamentos entre a milícia do Hamas e as forças do Fatah, leais ao presidente da ANP.

O Quarteto de Madri criou um plano de paz, chamado de "Mapa de caminho", que tanto ANP como Israel aprovaram há três anos, mas que por diversas circunstâncias nunca foi colocado em prática.





Fonte: EFE

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