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Internacional
Sábado - 16 de Setembro de 2006 às 18:46

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Milhares de jovens de todo o mundo realizam neste fim de semana em Denver, nos Estados Unidos, uma reunião de 45 horas com dez vencedores do Prêmio Nobel da Paz, com o objetivo de promover a cooperação e o entendimento.

É a maior reunião de ganhadores do Prêmio Nobel da Paz na história dos EUA, convocados para participar da conferência juvenil PeaceJam.

Entre os participantes do encontro com estudantes e ativistas comunitários estão os prêmios Nobel latino-americanos Adolfo Pérez Esquivel (Argentina, 1980), Oscar Arias (Costa Rica, 1987) e Rigoberta Menchú (Guatemala, 1992).

Junto a eles estão outros vencedores do prêmio, como o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, o líder tibetano Dalai Lama, a iraniana Shirin Ebadi e o polonês Joseph Rotblat.

Também participam José Ramos-Horta, do Timor Leste, e Mairead Corrigan Maguire e Betty Williams, da Irlanda do Norte.

A birmanesa Aung San Suu Kyi enviou uma saudação gravada, já que está em prisão domiciliar desde 1989.

Segundo explicam os vencedores do Nobel, a paz não é só a ausência de guerra, mas também o respeito dos direitos humanos e o acesso à água potável e comida suficiente para todos.

Jody Williams, cuja instituição contra as minas (ICBL) ganhou o Prêmio Nobel em 1997, por seu trabalho para a proibição e desativação desses artefatos, disse que "precisamos de segurança humana, não de segurança nacional".

O objetivo do evento é "fazer com que os jovens reflitam sobre temas que afetam todo o planeta", disse Ivan Suvanjieff, co-fundador da PeaceJam em 1996, junto com a que hoje é sua esposa, Dawn Engle.

"Tratamos de temas globais e predimos ação local. Somos uma máquina pacificadora, pequena e eficiente", disse Suvanjieff ontem, em entrevista coletiva.

Suvanjieff também apresentou um ambicioso programa para os próximos 10 anos de sua organização, incluindo a distribuição do livro "We Speak as One" ("Falamos com uma voz") sobre a paz mundial, inserções de televisão na "BBC", e "iniciativas de paz, como as das Nações Unidas, mas sem a burocracia".

Segundo Engle, uma das metas para a segunda década de operações da PeaceJam é "recrutar crianças, inclusive desde o jardim de infância, para que realizem iniciativas de paz pessoais". A proposta será chamada de PeaceJam Juniors.

"Este encontro é sobre os problemas fundamentais, não sobre os temas do dia", disse Engle.

Cerca de 3 mil jovens de 31 países se reuniram ontem à noite em um auditório da Universidade de Denver para uma apresentação com a participação do Dalai Lama e do arcebispo Tutu.

"A ação é essencial, porque a ação traz efeitos", disse o Dalai Lama.

O líder tibetano fez um apelo aos jovens de todo o mundo para um "plano global de ação", a fim de diminuir a poluição ambiental e a pobreza extrema e facilitar o acesso mais eqüitativo a recursos, três elementos que identificou como os principais obstáculos à paz mundial.

A reunião começou hoje com um discurso do Dalai Lama, continuará com "grupos de projetos de serviço" e terminará com um "jantar familiar e uma festa do PeaceJam".

O arcebispo Tutu dirigirá amanhã uma "cerimônia de inspiração", e depois os participantes se dividirão em dez grupos, cada um liderado por um dos prêmios Nobel.

Antes da reunião, cada jovem participante teve que completar uma série de estudos, incluindo a biografia de cada um dos premiados e o discurso de aceitação que pronunciaram ao receber o Prêmio Nobel da Paz.

Os jovens depois aplicam esses conhecimentos nos projetos específicos que desenvolvem para suas escolas e vizinhanças.

"Há 2 bilhões de jovens no mundo. Quase a metade da população mundial tem menos de 20 anos. A mensagem que o PeaceJam e os prêmios Nobel da Paz têm para os adolescentes de todo o mundo é que uma só pessoa pode fazer a diferença", disse Engle.





Fonte: AFP

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