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Internacional
Sábado - 16 de Setembro de 2006 às 04:58

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A companhia aérea Alitalia vai indenizar um "intocável" indiano que não foi autorizado a embarcar na classe "business" num vôo para Belo Horizonte porque seu perfil "não era o adequado", informou hoje o jornal The Times of India. A Alitalia enviou um pedido de desculpas por escrito a Santraj Maurya, um catador de lixo de casta baixa que trabalha com a ONG indiana Chintan, dedicada à defesa do meio ambiente.

Maurya, escolhido para representar a Chintan, tentou voar para Belo Horizonte, no dia 22 de agosto, para comparecer a um congresso internacional de catadores de lixo, organizado por várias ONGs. Apesar de ele ter uma passagem para a classe superior "business", o pessoal da Alitalia no aeroporto de Nova Délhi achou que o "perfil" de Maurya não se encaixava na categoria, por isso não permitiu seu embarque.

Lavanya Marla, coordenador da Chintan, declarou à imprensa que recebeu uma carta "pedindo desculpas e uma oferta para Maurya de um vôo ida e volta em "business" a qualquer lugar do mundo ou três passagens em classe econômica". O trabalhador tem três anos para escolher para onde quer voar. Ele já decidiu que vai ficar com os três bilhetes da classe econômica. "Eu sou um trabalhador, portanto não me importa se me sento num sofá ou numa cadeira. Com os três bilhetes, poderei levar outras duas pessoas que, como eu, nunca teriam pensado em entrar num avião".

Na Índia, trabalhos como cuidar dos mortos, do lixo, das latrinas e tudo que implique sujeira são considerados impuros. Apesar da proibição por lei das castas, as tarefas continuam sendo quase exclusivamente de intocáveis, que sofrem ainda uma grande discriminação no país.





Fonte: EFE

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