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Internacional
Sexta - 15 de Setembro de 2006 às 17:27

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Fidel Castro ficou impossibilitado de presidir a 14ª Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados (Noal), encontro idealizado para recuperar o prestígio internacional de Cuba entre os países em desenvolvimento, devido ao seu estado de saúde.

Em breve discurso antes da abertura oficial da reunião de líderes na Cúpula do Noal, o chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, informou que o dirigente cubano não presidiria o encontro, encerrando um mês e meio de especulações sobre sua participação no evento, que marca o repasse à ilha caribenha da Presidência do Movimento.

A divulgação de imagens de Fidel em seu período de recuperação a uma cirurgia no intestino e o secretismo com o qual as autoridades cubanas abordaram o problema do líder da Revolução, cuja origem ainda não foi divulgada, contribuíram para fomentar expectativas.

Fidel, segundo disse hoje o chanceler, se recupera "com disciplina e otimismo insuperáveis e sua saúde melhora continuamente, em satisfatório período de recuperação".

No entanto, acrescentou, "apesar do rigor e da vontade com que segue seus tratamentos e a fisioterapia, os médicos insistiram para que Fidel continuasse seu repouso" e, portanto "não presidirá" a Cúpula, liderada até o momento por Raúl Castro em sua condição de presidente interino dos Conselhos de Estado e de Ministros.

"Quando estiver em condições plenas de assumir suas funções, Fidel exercerá a Presidência do Movimento dos Não-Alinhados", afirmou o chanceler. Apesar de sua ausência, a imagem de Fidel Castro, que foi anfitrião da 6ª Cúpula do Movimento, realizada em Havana em 1979, esteve presente no Palácio de Convenções da capital.

Todos os oradores tiveram palavras de solidariedade para o líder cubano, começando por seu irmão Raúl, que retomou parágrafos de velhos discursos de Fidel Castro durante suas declarações.

"Gostaríamos que estas primeiras palavras fossem pronunciadas pelo presidente Fidel Castro", comentou Raúl, que assegurou que "em meio a sua paulatina e satisfatória recuperação", o líder cubano "se manteve atento a cada detalhe dos preparativos do encontro".

O líder da Venezuela, Hugo Chávez, amigo pessoal do presidente cubano e seu principal aliado, deu início hoje a seu discurso na cúpula com palavras para Fidel. "Nesta Cúpula histórica, saúdo Fidel Castro e peço um aplauso. Saudações ao presidente e amigo Raúl", disse Chávez, que visitou Fidel ontem após chegar a Havana.

"Todos sabem que a Venezuela está às ordens de Cuba para ajudar em uma nova era, necessária em nosso Movimento", acrescentou Chávez, que assumiu o protagonismo desta Cúpula sem a sombra de Castro.

Apesar de não poder estar no Palácio de Convenções, Fidel Castro acompanhou atentamente os preparativos da reunião e recebeu para uma conversa particular alguns dos participantes. Ontem à noite esteve por quase uma hora com o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, após a chegada deste a Havana para conversar sobre as perspectivas da Cúpula e o conflito do Oriente Médio.

Nesta sexta-feira, Annan disse que a saúde de Fidel "é muito boa", ao iniciar seu discurso no plenário da Cúpula. O líder cubano esteve tão atento à realização da Cúpula, que em 31 de julho, quando anunciou a cessão provisória do poder em uma Mensagem ao Povo de Cuba, Fidel já pedia um esforço adicional para garantir o sucesso da reunião dos Não-Alinhados.





Fonte: EFE

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