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Nacional
Sexta - 15 de Setembro de 2006 às 06:35

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A falsa morte do ex-cabo da Aeronáutica Madi da Silva Gomes custou mais do que os R$ 2 mil e um computador pagos à Máfia dos Corpos pelo kit-enterro (cadáver, atestado de óbito e sepultamento).

Em depoimento prestado à Delegacia de Defraudações, na capital fluminense, o enteado do militar, João Mariano das Chagas Júnior, afirmou que um papa-defunto identificado como Bira Marques, vulgo "Gordo", teria recebido o seguro DPVAT que seria pago à família de Madi pela suposta morte por atropelamento. O valor do seguro é de cerca de R$ 10 mil.

IML será investigado O papa-defunto teria servido de intermediário na negociação da fraude com o técnico de necropsia Alexandre dos Santos Vieira, que trabalhava no IML de Nova Iguaçu, na época da fraude, em dezembro de 2004. O corpo enterrado como se fosse o de Madi no Cemitério de Olinda, na Baixada Fluminense, é do biscateiro Germano Marco Brandão, que morreu atropelado na Via Dutra, em 9 de dezembro de 2004. O registro da morte de Madi foi feito 11 dias depois.

O técnico prestou depoimento na delegacia e negou participação na fraude. Segundo o delegado Fernando Villa Pouca, Vieira afirmou que realizava apenas trabalho burocrático no setor de óbitos e que a responsabilidade da identificação dos corpos seria do papiloscopista.

"Vamos pedir ao IML de Nova Iguaçu (RJ) que identifique o papiloscopista da época e chamá-lo para depor", afirma o delegado. Vieira comprovou não ser policial, mas funcionário terceirizado da Prefeitura de Nova Iguaçu, exonerado em 2005.

Policiais foram à funerária Nova Vida, em Nova Iguaçu, para identificar Bira, mas não conseguiram encontrá-lo. Ele foi intimado a depor, mas não compareceu. Madi teria recebido cerca de R$ 450 mil em seguros de vida e auxílio funeral. Ele está preso na Base Aérea do Galeão e responde a processos por falsidade ideológica, na 5ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, e por lesão ao patrimônio das Forças Armadas, na Justiça Militar.

Militar deverá depor No depoimento prestado no inquérito instaurado pela Aeronáutica, Madi também acusa Bira de ter intermediado a negociação da fraude com Vieira. O militar será reconvocado pela delegacia para depor. No Termo de Reconhecimento e Identificação de Cadáver 382/04 consta a assinatura de Vieira e uma rubrica de papiloscopista.

A identificação do cadáver só foi feita nove meses após o atropelamento, em investigações da 64ª DP (Vilar dos Teles). Somente em agosto, a mãe de Germano, a aposentada Maria Amélia Menezes Brandão, 70 anos, conseguiu receber a certidão de óbito do filho. Mas ficou sem o seguro DPVAT pela morte por atropelamento.





Fonte: O Dia

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