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Internacional
Quinta - 14 de Setembro de 2006 às 17:49

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O Congresso dos Estados Unidos, de maioria republicana, deve votar hoje um projeto de lei que reforça a segurança na fronteira com o México, com a construção de muros, o aumento do número de agentes, a instalação de câmeras e a aplicação de tecnologia militar.

A medida, denominada "lei do muro", foi apresentada na quarta-feira por republicanos que se opõem à reforma migratória integral e acirrou a disputa entre os partidos sobre como conter a imigração ilegal nos Estados Unidos.

O projeto, que deve ser votado às 19h (de Brasília), inclui a construção de um muro de 1.125 quilômetros em vários trechos da fronteira sul que, segundo os conservadores, está se transformando em corredor de entrada para possíveis terroristas.

A medida é semelhante à proposta pelo legislador republicano James Sensenbrenner, que foi aprovada em dezembro passado pelo Congresso, mas foi vetado pelo Senado.

O novo projeto de lei, proposto pelo republicano Pete King, pede que o Departamento de Segurança Nacional recupere o "controle operacional da fronteira" através de uma estratégia integral, e autoriza a liberação de fundos para a contratação de agentes e outros recurso de inspeção fronteiriça.

Esses recursos incluem veículos aéreos não tripulados (UAV, em inglês), helicópteros, lanchas motorizadas, cães, barreiras, luzes de alta potência, equipamentos infravermelhos e de comunicação e uniformes à prova de bala.

Os agentes da Patrulha Fronteiriça teriam mais autoridade para deter veículos em fuga, pois até agora são permitidos apenas a colocar barricadas com espinhos.

A vigilância seria reforçada em zonas fronteiriças de Califórnia, Arizona e Novo México, que contariam com novas câmaras de vigilância a partir de 30 de maio de 2007, até o fim da construção do muro, no ano seguinte.

Não está prevista a construção de um muro na fronteira com o Canadá, mas um estudo sobre essa possibilidade é recomendado.

Republicanos e grupos afins asseguram que a situação na fronteira piorou o caos e a violência, em uma região para onde convergem narcotraficantes e contrabandistas de imigrantes ilegais.

A votação desta nova medida, entretanto, enfureceu os democratas, que acusam os republicanos de politizar o assunto para ganhar votos nas eleições legislativas de novembro.

"Acreditamos em uma reforma migratória integral. É disso que este país precisa. Achamos que deve existir um programa que tire das sombras 12 milhões de pessoas que emigram ilegalmente", disse o líder da minoria democrata no Senado, Harry Reid.

Ele reiterou sua queixa de que o presidente George W. Bush não fez pressão suficiente para que a reforma migratória fosse adiante.

Mas os principais líderes republicanos do Congresso deixaram claro que, antes de qualquer coisa, é preciso resguardar as fronteiras. Eles afirmaram que irão lançar, no restante do ano, diversas iniciativas com esse intuito.

O líder da maioria republicana na Câmara, John Boehner, disse que a votação de hoje é apenas "o primeiro passo".

Desconhece-se a postura que os republicanos no Senado assumirão a respeito desta medida. Em maio, muitos deles votaram a favor de um plano de trabalhadores convidados, e da legalização de boa parte da população ilegal.

Na última terça-feira, os republicanos apresentaram testemunhos recolhidos durante 20 audiências unilaterais em 13 estados, entre julho e agosto, sobre a suposta infiltração de possíveis terroristas no país.

Mas esses depoimentos são principalmente de funcionários locais e analistas que simpatizam com a intenção republicana de endurecer com imigração ilegal.

A oposição afirma que as audiências e a retomada da polêmica medida de Sensenbrenner têm fins eleitorais para os republicanos, que enfrentam uma queda de popularidade nas pesquisas de opinião.





Fonte: EFE

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