Servidores da Seduc realizam espetáculo teatral Abaturité
Abaturité, que na língua Karibe do povo Bakairi significa "Mulheres Fazendo Arte", conta com a direção geral do assessor de eventos da Seduc, Luiz Carlos Benitt, com a direção de Arte da técnica da Assessoria de Alimentação Escolar da pasta, Mara Taques e com a atuação da professora da rede estadual, Bia Correa (declamadora, atriz e poetisa).
O espetáculo estreará em Cuiabá nesta sexta-feira (15.09), no espaço Cultural Ângela Guedes, localizado na Rua Sírio Libanesa, N 61, Praça Popular, a partir das 20h. Quem perder esse dia poderá ainda ter duas outras oportunidades, já que a peça volta em cartaz nos dias 22 e 29 de setembro.
Abordagem
Com uma simbiose perfeita, que mistura teatro, música, dança e poesia, a peça exprime a indignação dessas três mulheres, cuiabanas de coração e de diferentes gerações, com os problemas enfrentados atualmente no país.
A primeira cena do espetáculo, que conta com a produção de Carla Colombo, já emociona. Vestidas com um figurino indígena, as três artistas abrem a peça cantando a música Bakairi "Mugaro". Este canto é muito utilizado pelas índias desta etnia quando vão ao rio para lavarem suas roupas. "Na verdade é um canto dedicado à natureza", acrescenta Bennitt.
É com este enfoque, na colonização e domínio português no Brasil e as relações conflituais que se estabelecem a partir do contato com os indígenas, que se desenrola toda a primeira parte da trama. A partir das ambigüidades sociais e culturais que existiram nos primórdios da nossa colonização e que ainda persistem nas sociedades brasileira e mato-grossense, as três artistas fazem uma crítica e reflexão, por meio da arte.
A poesia Kiiaverá de Ivens Scaff, declamada no espetáculo, traz e resgata ao público parte da história do nome de Cuiabá. Uma versão que foge um pouco do que é ensinado nas aulas tradicionais e se volta para uma expressão popular indígena, escrita por um poeta cuiabano.
A crítica realizada por Bia, Maria Clara e Fafá não fica pedante nem maçante, já que elas conseguem traduzir a indignação com os problemas sociais de nossa época, de uma maneira leve, gostosa e com base na sensibilidade da alma feminina. "Vamos expor as dificuldades diárias enfrentadas por todos nós. O que queremos é mostrar as desigualdades sociais, como a fome, a miséria e o desemprego de forma poética para tocar no coração das pessoas", observa Luiz.
No terceiro bloco da peça, as artistas voltam sua atenção à forma de interação entre o amor do homem ao amor que o homem deve ter pela sua pátria. É uma verdadeira lição de cidadania com ênfase na força da arte. Inclusive há um momento em que o Hino Nacional é cantado de uma forma totalmente inovadora. A parte final da peça se encerrará com um pout porri de Fafá do Acordeón.
Alem dos artistas da Seduc, Abaturite conta ainda com a participação de Maria Clara Bertúlio (declamadora) e Fafá do Acordeon (Sanfoneira).
"Convidamos a todos os amantes da poesia e das artes para conferirem nosso trabalho, que traz em sua essência a valorização da pátria, o sentido do nacionalismo e a busca pela igualdade social", encerra Bennitt.
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