Solução para produtores de leite poderá ser associação
A criação de um sistema associativo poderá ser a solução para os pequenos produtores de Tangará da Serra, cuja comercialização de leite in natura é proibida por norma federal divulgada pelo Ministério da Saúde.
O tema vem sendo debatido em Tangará com a participação da Câmara Municipal e, na última quarta-feira, os vereadores João Negão (PSB) e José Jaconias (PT) acompanharam representantes dos pequenos produtores de leite locais numa visita à Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais Caité, no município vizinho de Diamantino. Além dos vereadores, participaram da visita os produtores Nivaldo Pereira da Silva, Wilson Gomes Rodrigues e Domingos Paulo Leite, que integram a Associação dos Produtores de Leite local. Também acompanhou o intercâmbio o engenheiro agrônomo da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Giorgi Kuyumtzief.
Segundo a presidente da Associação Caité, Mailza Aparecida Lopes, o sistema foi implantado com o apoio da Prefeitura Municipal de Diamantino e o Governo Federal, através do INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –, que cedeu a área e o prédio, no distrito de Novo Diamantino. Os equipamentos para resfriamento, pasteurização e empacotamento do leite, avaliados em cerca de R$ 45 mil, foram financiados.
O vereador José Jaconias (PT) ressaltou que o modelo visitado em Diamantino pode servir de base para os produtores, que precisariam de apoio similar ao obtido em Diamantino, onde INCRA e prefeitura municipal tiveram participação decisiva. “O apoio aos produtores é essencial para viabilizar um projeto como esse”, observou Jaconias.
Já o vereador João Negão (PSB) salientou que o sistema conhecido em Diamantino pode ser uma solução de curto prazo para os pequenos produtores de leite de Tangará. “O leite in natura que era tradicionalmente vendido representava uma renda importante para estes produtores”, lembrou o vereador. Um relatório do intercâmbio será encaminhado ao Executivo para análise.
Leite abastece escolas públicas
O laticínio, denominado “União Caité”, foi implantado no início deste ano, possui três funcionários e entrou em operação efetiva no mês de março. Atualmente, 12 produtores fornecem leite para industrialização e nos próximos meses pelo menos mais 43 produtores participarão do sistema.
O leite é recolhido pelo próprio laticínio nas propriedades a um preço de R$ 0,55/litro pago ao produtor. No laticínio, o leite passa por um tanque de resfriamento e, após, por um segundo tanque, denominado “pulmão”, para ser pasteurizado.
Após o empacotamento, o leite é vendido à CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento –, que paga à União Caité R$ 0,85 o litro. O destino final são as creches e escolas públicas municipais e estaduais de Diamantino.
Comentários