Muçulmanos da Alemanha condenam palavras do papa sobre islamismo
O secretário-geral do Conselho Central dos Muçulmanos, Aiman Mazyek, assegurou ao jornal "Tagesspiegel" que é "difícil acreditar que o papa veja em relação à violência uma fronteira entre o islamismo e o cristianismo".
Mazyek lembra que a história do cristianismo também foi sangrenta, e citou como exemplo "a época das cruzadas e a conversão obrigatória de judeus e muçulmanos na Espanha".
Por sua parte, Ali Kizilkaya, presidente do Conselho do Islã, classificou as palavras do pontífice de "irritantes e deploráveis".
Lembrou que no início de sua visita à Alemanha, Bento XVI pediu aos políticos que fortalecessem o diálogo entre culturas e religiões diferentes.
Nesse sentido, de acordo com Kizilkaya as palavras do papa sobre o islamismo "não são uma contribuição positiva" rumo a esse diálogo, pois "se todos recorressem à História, o diálogo não seria possível".
Bento XVI condenou em 12 de setembro na Universidade de Regensburg (sul da Alemanha) o fundamentalismo religioso, afirmou que a "jihad" (guerra santa) segue contra Deus e considerou "irracional" defender a fé por meio da violência.
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