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Internacional
Quinta - 14 de Setembro de 2006 às 10:22

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O presidente Mahmoud Ahmadinejad disse na quinta-feira que o Irã está aberto a "novas condições" para resolver sua disputa nuclear com as potências ocidentais. "Somos partidários do diálogo e da negociação, e acreditamos que podemos resolver os problemas no contexto do diálogo e da justiça, juntos", disse Ahmadinejad em uma entrevista coletiva, já na madrugada de quinta, durante visita a Dacar, capital do Senegal.

"Estou anunciando que estamos disponíveis, que estamos prontos para as novas condições", disse ele, sem entrar em detalhes, antes de embarcar para a Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados, em Havana.

Os Estados Unidos acusaram novamente na quarta-feira o Irã de tentar "agressivamente" desenvolver armas nucleares, uma acusação que Teerã rejeita. Washington ameaça recorrer à ONU para impor sanções ao país, mas seus aliados europeus dizem que ainda há tempo para uma solução negociada.

Questionado sobre a disposição do Irã em suspender as atividades de enriquecimento de urânio, como quer o Ocidente, Ahmadinejad sorriu e disse: "Não acredito que haverá sanções, porque não há razão para haver sanções, e seria preferível que os funcionários dos EUA não falassem com raiva."

Em notas enviadas à direção da AIEA, os países ocidentais envolvidos na tentativa de negociação com o Irã parecem discordar sobre a necessidade de sanções. Um ministro da Grã-Bretanha, cujo governo é solidamente aliado a Washington, disse que provavelmente Teerã terá recursos para resistir a eventuais punições internacionais.

Uma reunião entre negociadores da União Européia e do Irã, marcada para quinta-feira, foi adiada. Diplomatas europeus disseram que Javier Solana e Ali Larijani discutiriam uma oferta preliminar do Irã de suspender temporariamente o enriquecimento de urânio durante as negociações.

Mas uma porta-voz de Solana disse que foi mantida uma reunião entre funcionários de escalão inferior dos dois países. "[O processo] não está pronto para chegar aos elementos principais, e é bom para o trabalho continuar no nível de especialistas", disse ela.

O embaixador do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU), Aliasghar Soltanieh, disse que, apesar do adiamento, o diálogo continua "nos trilhos". "O dr. Solana e o dr. Larijani estão em contato contínuo para acertar o momento e o local adequado a ambos", afirmou.

Os Estados Unidos dizem desconhecer a oferta iraniana de suspender o enriquecimento. A ONU havia dado prazo até 31 de agosto para que isso acontecesse, mas Teerã rejeitou, dizendo ter o direito legítimo ao enriquecimento de urânio, pois este teria fins exclusivamente pacíficos, de geração de eletricidade.

Apesar da pressão norte-americana, três países com poder de veto no Conselho de Segurança — China, Rússia e França — vêem com receio a imposição de sanções a Teerã, pois temem que o isolamento do país, grande produtor de petróleo, seja contra-producente.

Seis potências ocidentais — as três supracitadas, mais EUA, Grã-Bretanha e Alemanha — ofereceram incentivos comerciais e tecnológicos para que Teerã abandone seu programa nuclear. Mas a República Islâmica não aceita a suspensão como pré-condição das negociações, embora aparentemente tenha oferecido uma suspensão temporária.

Em discurso na AIEA, o embaixador Soltanieh acusou Washington de tentar envenenar o "ambiente positivo" para as discussões preliminares entre Larijani e Solana, por meio de "acusações infundadas" sobre o programa nuclear do seu país.





Fonte: Reuters

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