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Polícia Brasil
Quinta - 14 de Setembro de 2006 às 09:53
Por: Vilson Nascimento

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Tem crescido de forma assustadora o número de menores apreendidos transportando entorpecentes na região de fronteira entre Brasil e Paraguai. A maior parte deles são oriundos de outros Estados, principalmente de Mato Grosso, Paraná e São Paulo, e viajam para buscar o entorpecente escondido dos pais e das famílias, segundo estatísticas da Polícia.

Só nas últimas duas semanas pelo menos três menores acabaram retidos transportando maconha e haxixe nas bagagens pela Polícia que atua na região. Em Caarapó policiais civis apreenderem, no Terminal Rodoviário, 45 quilos de maconha que estava sendo transportado por um menor de 16 anos residente em Cuiabá (MT). Ele teria vindo até a região de fronteira exclusivamente para buscar o entorpecente.

No sábado, 2 de setembro, uma equipe da PRE (Polícia Rodoviária Estadual), da base operacional de Amambai, realizou a apreensão de um tablete pesando um 1,2 quilo da droga conhecida como “haxixe”, um derivado direto da maconha que normalmente é encontrado em esferas. A droga estava sendo transportada por uma menor de apenas 15 anos de idade, residente na cidade de Jaú (SP), que, inclusive, segundo o Ministério Público Estadual, já teve passagem por um centro de recuperação de menores infratores, também por envolvimento com o narcotráfico.

Ela foi presa na rodovia MS-289, trecho que liga Coronel Sapucaia na fronteira com o Paraguai a Amambai quando viajava em ônibus que realiza o transporte intermunicipal de passageiros. A última apreensão de entorpecentes em poder de menor ocorrida na região foi registrada na noite de domingo, no Terminal Rodoviário de Amambai.

Policiais militares lotados na 3ª CIPM que realizavam patrulhamento de rotina, ao passarem pelo Terminal Rodoviário, suspeitaram de uma caixa de papelão que estava sob os cuidados de um garoto de apenas 15 anos de idade. Indagado sobre sua residência e seu destino, o menor disse ser morador de Cuiabá e não soube explicar o que fazia em Amambai.

Em vistoria na caixa transportada pelo menor, os policiais encontraram 30 quilos de maconha divididos em tabletes. Durante o processo de levantamentos para o registro da apreensão em flagrante, os policiais encontraram, em poder do menor, uma espécie de mapeamento da rota que deveria ser seguida pelo adolescente para chegar onde apanhou a droga na fronteira como Paraguai e qual rota deveria seguir com o entorpecente para tentar despistar a polícia, o que indica que maiores de idade estariam por trás do “esquema” aliciando o garoto.

Durante os levantamentos sobre o caso a Polícia Militar de Amambai também descobriu que o menor havia pegado o entorpecente no Distrito de Vila Marques, uma comunidade rural situada a oito quilômetros de Aral Moreira, na fronteira com o Paraguai. O adolescente teria chegado na citada vila onde teria permanecido escondido em um posto de combustível abandonado até receber a droga, que, segundo a polícia, teria sido distribuída por um indivíduo que atende pelo apelido de “Ari Baiano” ou, “Tio Ari”, que seria residente na própria região de Vila Marques. O caso está sendo investigado.

Para o promotor de Justiça Thalys Franklin de Souza, titular da 1ª Promotoria da Comarca de Amambai, que está respondendo pela Promotoria da Infância e da Juventude da Comarca, a situação é de extrema preocupação, principalmente por conta da falta de estrutura para realizar um trabalho de recuperação adequado dos menores apreendidos, que, pela visão do MPE, não podem ser colocados de volta ao convívio da sociedade sem passar por um processo de recuperação, com escola, palestras e ações educativas de uma forma geral.

“Sem um trabalho de repressão pelos meios legais, com atendimento psicológico e acompanhamento permanente, esses menores fatalmente voltarão a cometer delitos semelhantes e conseqüentemente serão adultos delinqüentes no futuro” disse o promotor ao relatar que a liberdade assistida, muitas vezes aplicáveis nesses casos, não garante um atendimento eficaz como ocorreria em um centro de recuperação de menores infratores, onde os adolescentes poderiam receber um acompanhamento mais completo como educação e atendimentos específicos para superar os problemas enfrentados que quase sempre são gerados dentro de suas próprias casas por conta da falta de estruturação familiar.





Fonte: 24HorasNews

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