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Tecnologia
Quarta - 13 de Setembro de 2006 às 16:58

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Os cientistas anunciaram na quarta-feira ter encontrado a galáxia mais distante até o momento, a quase 13 bilhões de anos-luz. A descoberta pode ajudar a explicar como as estrelas se formaram nos primórdios da existência do universo.

A galáxia, denominada IOK-1, é tão distante que as ondas de luz que chegam à Terra mostram-na como um sistema de estrelas que existia pouco depois do Big Bang, a explosão de energia que criou o universo, há 13,66 bilhões de anos.

Esse período, conhecido pelos astrônomos como Idades Negras, testemunhou a formação das primeiras estrelas e galáxias a partir das partículas elementares. Os cientistas nunca haviam conseguido observar diretamente o período até agora.

Os astrônomos japoneses que trabalham no Telescópio Subaru, em Hilo (no Havaí, Estados Unidos), desenvolveram um filtro para apanhar a luz que durante bilhões de anos foi "esmagada" para o espectro vermelho pela expansão do universo.

Os cientistas, que publicam suas conclusões na edição de quinta-feira da revista Nature, esperavam encontrar pelo menos seis galáxias semelhantes à IOK-1, que está a 12,88 bilhões de anos-luz (um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, o equivalente a 9,46 trilhões de quilômetros).

Em compensação, os pesquisadores acharam só um objeto que puderam identificar como uma galáxia, o que os levou a crer que estavam observando um processo chamado re-ionização, quando o calor das primeiras estrelas transformou os átomos, até então livres de hidrogênio, em um gás-plasma transparente, que preenche grande parte do universo hoje em dia.

Segundo essa teoria, a luz de outras galáxias tão antigas quando a IOK-1 é bloqueada pelos átomos de hidrogênio que ainda estavam inteiros e não haviam sido submetidos à re-ionização.

Outra teoria defende que poucas galáxias existiam nessa época, cerca de 780 milhões de anos depois do Big Bang. Isso significa que a re-ionização já teria ocorrido.

Seja como for, a descoberta mostra que o universo mudou muito nos 60 milhões de anos que separam a IOK-1 das próximas galáxias mais antigas observadas da Terra, conforme os astrônomos.

Os cientistas encontraram outro objeto semelhante ao IOK-1, mas não puderam afirmar se se trata de uma galáxia distante ou de outra coisa, como um buraco negro.





Fonte: Reuters

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