Programa de controle da malária tem modificado a dinâmica da doença
O secretário-adjunto de Saúde, Antonio Augusto de Carvalho, que compareceu à abertura do evento representando o secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, disse que “as intensificações das ações de controle da malária estão modificando a dinâmica da doença no Estado de Mato Grosso e isso mostra que o agravo é passível de intervenção. Para tanto é necessário que haja vigilância constante e ações continuadas e isso nós já fazemos e pretendemos avançar”.
O coordenador Nacional do Programa de Controle da Malária, do Ministério da Saúde, José Lázaro de Brito Ladislau, disse que Mato Grosso entra, agora, numa nova fase de enfrentamento à malária para sair do estado endêmico para o estado de vigilancia, só que para tanto, são necessários três anos de trabalhos intensos de bloqueio epidemiológico nas regiões de fronteira.
Mato Grosso já tem feito parcerias com Estados vizinhos visando promover ações conjuntas que possam controlar a disseminação da doença nas regiões de fronteiras. A Secretaria de Vigilancia de Saúde, do Ministério da Saúde, tem participado intensamente dessas ações. Atualmente está sendo executado um acordo firmado entre Mato Grosso e Rondônia na execução de ações, por meio dos municípios de Colniza, Mato Grosso, e Machadinho do Oeste, em Rondônia.
O coordenador explica que “o período de três anos, num primeiro ponto de vista, parece ser um tempo muito grande, porém é o período necessário para o controle da malária no Estado pelo fato de Mato Grosso ser um Estado endêmico por pertencer à Amazônia Legal e também por ter fronteiras com Estados com número muito mais elevado da endemia, como Pará e Rondônia, e também áreas consideradas de risco nas regiões de garimpos e assentamentos”
O Programa Estadual de Controle da Malária na avaliação Ministério da Saúde, durante o ano de 2005, Mato Grosso conseguiu avanços na redução do número de casos da malária falciparum que, comparada com a malária causada pelo plasmodium Vivax, teve uma queda 70%. “Isso quer dizer que temos 70% menos malária falciparum, que é a mais perigosa das duas espécies, do que malária Vivax. Essa queda se reflete em outro efeito da doença, as internações”, lembrou a técnica de Vigilancia em Saúde, Siriana Silva, ressaltando que, de 2004 para 2006, as internações diminuíram 43%.
Outro índice no qual o Mato Grosso obteve melhora foi o de letabilidade da doença. “Em 2004”, informou Siriana Silva, “foram registrados 6 casos de óbito, por malária, no Estado. Já em 2005 não foi apontado nenhum registro de óbito, apresentando uma redução de 100% na letalidade”.
Mato Grosso passa a trabalhar mais intensamente nos 21 municípios considerados prioritários para o controle da malária, que se encontram localizados próximos à fronteira com os Estados do Pará e Rondônia e na regiões Noroeste e Norte de Mato Grosso. “Desses 21 municípios, 9 merecem mais atenção por concentrarem 90% dos casos da doença. São eles: Colniza, Rondolândia, Juruena, Aripuanã, Marcelândia, Juina, Santa Terezinha, Sinop e Novo Mundo. A Vigilancia em Saúde, do Mato Grosso, já identificou onde ocorrem os casos e quais os municípios e, agora, não terá dificuldade de dirigir suas ações e suas atenções no controle do agravo”, disse ela.
A III Reunião de Avaliação continua durante a tarde do dia de hoje, quando serão tratados temas como “Novos Esquemas de Tratamento da Malária”, e “Situação da Malária nos Municípios de Mato Grosso”. Amanhã (14/09), com sessões que se iniciam às 8:30 horas, serão abordados temas como “Atenção Básica, Meio-Ambiente e Malária em Área Indígena”, “Vigilancia Epidemiológica no Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária no Estado de Mato Grosso” e “Estratégias de Controle da Malária”.
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