EUA afirmam que ainda buscam solução para crise nuclear do Irã
Entretanto, Washington disse que não tolerará que Teerã obtenha armas nucleares, enquanto a UE assumiu uma posição mais moderada e estendeu a mão para Teerã com o intuito de alcançar um acordo pacífico.
"Os Estados Unidos continuam comprometidos com uma solução diplomática. Porém, o mundo não pode aceitar um Irã armado com bombas nucleares", disse o embaixador dos EUA perante a AIEA, Gregory Schulte.
"O mundo está unido em sua tentativa de interromper a tentativa do Irã de obter capacidade para obter armas nucleares", declarou o diplomata após citar algumas das críticas feitas contra Teerã no último relatório da AIEA sobre o programa nuclear iraniano.
"O Irã não deu nenhum dos passos que a Junta e o Conselho de Segurança (da ONU) consideraram necessários. A qualidade da cooperação do Irã com a AIEA diminuiu seriamente", afirmou Schulte.
Mais tarde, ele disse para a imprensa que Teerã "segue em frente para dominar o enriquecimento (de urânio), desafiando não apenas a Junta, mas também o Conselho de Segurança".
O programa de enriquecimento de urânio está no centro da disputa por causa do possível duplo uso - civil e militar - da substância.
Ele afirmou que o Irã produziu até agora uma quantidade de urânio em gás (UF6) que, em teoria, poderia ser usado para a fabricação "de cerca de 40 armas nucleares".
"O próximo passo é ir em frente com as sanções", disse Schulte.
Já o embaixador britânico, John Mcgregor, recordou em seu discurso que os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha ofereceram em julho ao Governo iraniano um amplo pacote de incentivos nucleares e comerciais em troca da interrupção da operação de enriquecimento.
"Ainda não é muito tarde. Estendemos a mão para o Irã", disse o diplomata britânico. Segundo ele, caso Teerã cumpra as exigências internacionais será pedida a suspensão "das ações do Conselho de Segurança".
Além disso, Mcgregor expressou a satisfação da UE com as últimas reuniões entre o responsável de Política Externa da UE, Javier Solana, e o negociador nuclear do Governo iraniano, Ali Larijani, "nas quais se conseguiu acabar com mal-entendidos".
Ele afirmou que a UE apóia a posição "de convencer o Irã a cumprir suas obrigações internacionais, enquanto estão sendo estabelecidas as bases para uma solução diplomática e para um acordo exaustivo de longo prazo", declarou o diplomata britânico, que falou em nome da Alemanha, da França e do Reino Unido, a chamada "troika européia".
O grupo composto por "troika européia", Estados Unidos, Rússia e China fracassou hoje em sua tentativa de elaborar uma declaração conjunta sobre o Irã, o que foi considerado "um sinal de desunião" por diplomatas europeus que estavam em Viena.
Solana e Larijani se reúnem amanhã com a intenção de darem prosseguimento a conversas que começaram no último fim de semana, encontros que os dois consideraram "construtivos e positivos".
A reunião do Conselho de Governadores da AIEA foi interrompida hoje e continuará amanhã, quando se espera que parte da delegação iraniana fale no plenário.
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