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Tecnologia
Quarta - 13 de Setembro de 2006 às 08:40

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Cerca de um ano depois de o governo federal instituir uma série de medidas de incentivos na popularização de computadores no país e de aumentar as ações de repressão ao contrabando, o setor de informática registrou uma alta de 43% no número de unidades vendidas, redução no nível de ilegalidade e aumento de arrecadação de impostos. As informações são da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Segundo levantamento feito pela consultoria IT Data à pedido da Abinee, foram comercializados no primeiro semestre 3,6 milhões de PCs no Brasil ante os 2,5 milhões no mesmo período de 2005.

O governo federal implementou no ano passado isenção de impostos na comercialização de desktops até o valor de R$ 2,5 mil e de notebooks de R$ 3 mil, além de lançar um programa chamado de Computador para Todos, que trouxe incentivos na venda de PCs de mesa de até R$ 1,2 mil, equipados com software livre. "Estamos querendo dizer que este é o caminho certo. O mercado está crescendo, gerando empregos", disse Hugo Valério Jr., diretor da área de informática da Abinee.

A pesquisa encomendada pela Abinee afirma que a participação dos computadores que apresentam algum tipo de ilegalidade ¿ como sonegação de impostos ¿ no total das vendas de PCs no Brasil caiu de 73% em 2004 para 47,7% no primeiro semestre de 2006, com tendência de queda. "Sem dúvida avançamos, mas temos que avançar mais. Cinquenta por cento (de ilegalidade na venda de PCs) ainda é um número extremamente alto", disse o diretor de pesquisa da IT Data, Ivair Rodrigues.

Uma das principais conclusões do levantamento é de que as empresas que vendem computadores no chamado "mercado cinza" acabaram optando por distribuir computadores de maior valor pois os fabricantes legalizados conseguiram reduzir a diferença de preço para 15%, incentivando o consumidor final a optar por equipamentos que, apesar de um pouco mais caros, trazem benefícios como a garantia.

Por isso, a Abinee está propondo ao governo elevar a faixa de isenção de PIS/Cofins para PCs de mesa que custem até R$ 3 mil e para notebooks com preço de até R$ 4 mil.

A IT Data estima que o Brasil encerrará 2006 com vendas de 7,8 milhões de PCs, aumento de 38% sobre o ano passado. >O levantamento também informa que o governo obteve um aumento de 33%, para R$ 547 milhões, na arrecadação de impostos relacionados apenas à comercialização dos PCs. No primeiro semestre de 2005, segundo o estudo, o valor arrecadado foi de R$ 432,2 milhões.

Segundo o assessor da Presidência da República José Luiz de Aquino, no entanto, um dos coordenadores das medidas de incentivo ao setor de informática e presente no anúncio da Abinee, técnicos da Fazenda não estão convencidos sobre o ganho na arrecadação. Ele informou que vai levar os dados levantados pela consultoria para avaliação pelo governo.

Mudanças no PC para Todos O programa de popularização de PCs equipados com software livre tinha como meta alcançar a venda de 1 milhão de computadores nos primeiros 12 meses de operação, muito acima das 265 mil máquinas vendidas até o final de junho deste ano, segundo a ID Data.

Apesar disso, a indústria e o governo não consideram que houve um fracasso porque o programa gerou um crescimento nas vendas de computadores com preços maiores já que barateou o acesso a crédito pelo varejo e incentivou a competição.

Segundo Aquino, o governo deve finalizar em cerca de um mês estudos para mudanças no programa Computador para Todos que flexibilizarão a configuração obrigatória do hardware dos equipamentos que podem se beneficiar dos incentivos.

Além disso, de acordo com Aquino, o governo está reativando a proposta inicial de atrelar o Computador para Todos ao acesso discado à Internet por 15 horas por mês ao custo de cerca de R$ 7 mensais. "As operadoras (de telefonia) estão interessadas agora nisso porque estão perdendo terreno para a banda larga", afirmou.





Fonte: Terra

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