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Internacional
Quarta - 13 de Setembro de 2006 às 05:35

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A União Européia pode suspender o embargo financeiro aos palestinos se for confirmado o estabelecimento de um novo Governo de união nacional, segundo o assessor político do primeiro-ministro Ismail Haniyeh, Ahmed Youssef.

"Os estados europeus prometeram reconsiderar sua posição sobre o boicote" ao Governo de Haniyeh, disse Youssef, em entrevista ao jornal israelense "Ha''aretz".

Haniyeh, líder do movimento islâmico Hamas, acertou há dois dias com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, a criação de uma coalizão de Governo com o movimento nacionalista Fatah, atualmente na oposição.

Segundo Youssef, "após a guerra no Líbano (entre Israel e a guerrilha islâmica do Hisbolá), há um consenso muito maior na Europa a respeito de uma posição mais equilibrada em relação ao conflito árabe-israelense".

O ministro de Trabalho palestino, Mohammed Barghouthi, também afirmou ao jornal "Al Quds", publicado em Jerusalém Oriental, que o presidente Abbas recebeu garantias da UE e dos Estados árabes de que cooperarão com um Governo de unidade chefiado por Haniyeh.

"Se a comunidade internacional não cooperar com o novo Governo, que representará toda a nação palestina, o povo terá que reconsiderar a existência da ANP", acrescentou.

A UE, principal doadora, e os demais membros do Quarteto de Madri (Estados Unidos, Rússia e ONU) estabeleceram três condições para as suas transferências. O Governo do Hamas deve desarmar a sua milícia, reconhecer a legitimidade de Israel e respeitar os acordos assinados pela ANP.

Desde que o primeiro-ministro assumiu suas funções, em março, o seu Governo deixou de perceber doações da UE, Estados Unidos, e outros países, ficando sem condições de pagar o salário de 165 mil funcionários públicos.

O presidente Abbas prometeu ontem a manifestantes em Gaza que eles receberão seus salários antes de começar o mês de Ramadã, no próximo dia 24. Em seguida, inesperadamente, foi à Jordânia. Aparentemente, haveria reservas na Jordânia e no Egito sobre a atuação de Haniyeh à frente de um Governo de união nacional da ANP, segundo a rede árabe de televisão Al Arabiya.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, apoiou no domingo passado em Ramala um Governo de unidade para superar a crise interna e o bloqueio das negociações com Israel. Mas não prometeu o desbloqueio de fundos.

Os ministros de Relações Exteriores da UE decidirão na próxima sexta-feira em Bruxelas se a mudança "é suficiente" para suspender o isolamento imposto ao Governo do Hamas.





Fonte: EFE

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