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Internacional
Terça - 12 de Setembro de 2006 às 15:33

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Dissidentes cubanos criticaram na terça-feira uma reunião de cúpula que acontece em Havana por incluir alguns dos regimes mundiais que eles consideram mais nocivos aos direitos humanos, o que inclui o próprio governo local.

A 14a. Cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados (MPNA), que começou na segunda-feira e vai até sábado, serve para que os 116 países em desenvolvimento do MPNA busquem uma voz mais ativa no cenário internacional. Cerca de 50 chefes de Estado e governo devem chegar a Havana nesta semana.

"É lamentável que a questão dos direitos humanos não seja uma real prioridade do Movimento dos Não-Alinhados", disse Elizardo Sánchez, veterano ativista dos direitos humanos na ilha.

"Dezenas de governos membros [do MPNA] estão entre os piores e mais persistentes violadores dos direitos civis e políticos no mundo", disse em nota Sánchez, que dirige a Comissão Cubana de Direitos Humanos, uma entidade ilegal, mas tolerada.

Ele citou Coréia do Norte, Mianmar, Cuba, Síria, Arábia Saudita, Sudão e Zimbábue como exemplos.

Sánchez afirmou que há mais de 300 presos políticos no seu país, inclusive 60 ativistas democratas presos numa onda de repressão em março de 2003. Desde então, o pequeno e dividido movimento dissidente de Cuba prefere manter a discrição.

O único protesto registrado nesta época de cúpula foi no domingo, quando as Damas de Branco, grupo formado por esposas de dissidentes, fizeram uma passeata silenciosa numa avenida da cidade, como ocorre semanalmente.

"Todo o aparato repressor do governo está em alerta e pronto para reprimir qualquer protesto", disse o economista dissidente Oscar Espinosa Chepe.

Os dissidentes afirmam, porém, que a repressão política diminuiu desde que Fidel, 80, transferiu temporariamente o poder a seu irmão Raúl, em 31 de julho, devido a uma cirurgia intestinal.

Sánchez e Espinosa Chepe disseram que não há mais manifestações agressivas de seguidores do governo diante das casas de dissidentes, um sinal de que as autoridades não querem provocar o confronto durante o delicado período sucessório.

"Raúl ordenou um controle policial discreto", disse Sánchez. "Nossa situação não melhorou nem piorou. Estamos esperando para ver para onde as coisas vão."

Os dissidentes não prevêem mudanças políticas sob o comando de Raúl, que supostamente defende uma economia mais aberta, no estilo chinês — ou seja, sem abdicar do regime de partido único.

Mas é possível que a situação dos direitos humanos melhore. "Se Fidel não voltar, Raúl pode libertar os presos políticos para obter legitimidade internacional", disse Espinosa Chepe.





Fonte: Reuters

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