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Educação/Vestibular
Terça - 12 de Setembro de 2006 às 10:06

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Uma estimativa do Ministério da Educação aponta que faltam cerca de 235 mil professores no ensino médio no país. Os números do déficit de profissionais no ensino fundamental de quinta a oitava séries são ainda mais pessimistas. De acordo com as projeções, 475 mil cargos de docentes seriam necessários para completar os quadros. Isso mostra um amplo mercado para quem quer prestar vestibular e se licenciar para dar aulas.

Os dados são baseados no censo escolar de 2002 e apenas dão uma idéia geral da situação. Eles referem-se às chamadas "funções docentes", expressão que está relacionada a cada cargo --ou seja, um professor que dá aula em duas escolas tem duas funções docentes. Entre as disciplinas, a demanda é maior por licenciados em matemática, física, química e biologia, segundo o MEC.

Mas o atrativo do emprego quase certo é obscurecido pelas longas jornadas, salas de aula cheias, conflitos, baixos salários. Ainda assim, há quem não mude a resposta para a famosa pergunta "O que você vai ser quando crescer?". Professor.

É o caso de Gabriel Stornioli Lemos, 18, que decidiu prestar licenciatura em história. "É o curso que mais gosto. Não consigo me ver em outra coisa. Quero dar aulas", diz.

Foi a influência dos educadores que levou Luciana Barone Vitorello, 41, ao magistério no colégio Dante Alighieri, onde é responsável por uma sala de 26 alunos do pré. "Quem vai escolher a carreira tem de optar com o coração. É impressionante nossa importância no crescimento das crianças", diz.

Nos últimos dez anos, o curso de pedagogia foi um dos que tiveram maior crescimento de procura na Fuvest. O número saltou de 1.027 inscritos para 3.310, sendo que as vagas passaram de 120 para 180. É que a LDB (Lei de Diretrizes e Bases), de 1996, estabelece a necessidade de nível superior para dar aulas na educação infantil e ensino fundamental de primeira a quarta séries.

Mesmo assim, para a presidente da Anfope (Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação), Helena Costa Lopes de Freitas, é difícil motivar o jovem para seguir a profissão, já que historicamente ela veio sendo desvalorizada. "A juventude não se mobiliza só por razões econômicas. Nessa etapa da vida, o jovem tem seus ideais. E a profissão de professor é uma das atividades mais criadoras."

Roberto Leão, secretário-geral da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), diz que quem quer prestar vestibular para se tornar um educador é muito bem-vindo. "O país precisa de pessoas que aceitem o desafio para que a profissão recupere o prestígio de outras épocas."





Fonte: Folha de S. Paulo

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