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Nacional
Terça - 12 de Setembro de 2006 às 09:48

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Os índios Guaranis e Tupiniquins do norte do Espírito Santo ocupam uma plantação de eucaliptos em uma área de litígio entre as aldeias e a Aracruz Celulose, a cerca de 90 km de Vitória (ES). Segundo a assessoria de comunicação da Aracruz Celulose, cerca de cinco mil eucaliptos já foram derrubados e o prejuízo da empresa ultrapassa R$ 1 milhão.

O protesto começou na quarta-feira, quando os índios ocuparam a área e começaram a derrubar os primeiros eucaliptos, em uma área próxima à fábrica. Desde a tarde de ontem, a situação se agravou, e eles permanecem no local, cortando e queimando árvores. Segundo a Aracruz, o movimento conta com a ajuda do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e da Rede Alerta contra o Deserto Verde.

Os índios dizem que protestam contra a demora na demarcação de 11 mil hectares dos domínios da empresa. Eles afirmam que um estudo antropológico da Fundação Nacional do Índio (Funai) indica que a extensão de terras pertencia a seus ancestrais e que a área em questão foi invadida pela Aracruz.

De acordo com o cacique Paulo Tupiniquim, pelo menos 250 índios participam do protesto, que deve continuar até que a Funai entregue o parecer sobre a demarcação da área ao Ministério da Justiça. "A ordem é continuar derrubando e queimando até que a Funai se posicione sobre a disputa e a região seja demarcada", disse ele.

A Aracruz informou que um grupo de 40 trabalhadores enviado ao local na tarde desta segunda-feira para retirar a madeira e desobstruir as estradas foi rendido pelos índios. O grupo foi ameaçado e teve quatro motoserras roubadas. Depois disso, os índios atearam fogo à madeira. O incêndio foi controlado por uma brigada de incêndio da Aracruz, que teme que novos focos sejam provocados.

De acordo com o gerente Regional Florestal da Aracruz, Marcelo Ambrogi, o que está acontecendo é um crime contra o patrimônio da empresa. "O prejuízo atinge mais de R$ 1 milhão, porque a área cortada é de aproximadamente 10 hectares, onde haviam árvores de mais de 12 anos que seriam cortadas para abastecimento de serraria. O que se vê não é ato de protesto, e sim uma ação de violência, roubo e intimidação de trabalhadores. As motosseras foram arrancadas das mãos dos trabalhadores da DP", completou Marcelo.





Fonte: Terra

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