Dor atinge muitos, mas tem alívio
Inverso do prazer, a dor existe em qualquer idade e pode durar segundos ou até boa parte da vida. É também através dela que a natureza avisa que algo não vai bem com a saúde.
Perder a alegria é um comportamento comum em quem, por algum motivo, se vê obrigado conviver com a dor. "A dor diminui a qualidade de vida, altera o humor, a alegria de viver e todas as relações", descreve a médica Lia Rachel Chaves do Amaral Pellaso, 38, do Hospital Santa Rosa. É a medula - que fica dentro da coluna - quem manda para o cérebro o aviso da dor.
Segundo a médica, não é possível mensurar a dor que uma pessoa sente. "Até que me provem contrário, toda pessoa que entra no consultório tem dor" diz. Há doenças que causam mais dor. Os pacientes que sofrem de câncer, por exemplo, conhecem bem essa realidade.
"Dependendo da localização, o tumor invade a estrutura", explica a médica. Lia afirma as queixas são bastante comuns nos pacientes que têm problemas na coluna ou fibromialgia (dores sem causa comprovada).
À flor da pele - A médica defende o acesso, no serviço público de saúde, dos medicamentos que aliviam a dor. Lia assegura que, embora haja preconceito ao uso de morfina, quando bem administrada e com acompanhamento médico, a substância não vicia e melhora muito a qualidade de vida do paciente.
São raros os médicos que, por questões burocráticas, têm receituário para prescrever esse tipo de remédio, segundo ela. O alívio da dor é feito através de bloqueios analgésicos e medicamentos.
O comerciante Gilberto Luiz Senigalia, 40, conhece há dois anos o desconforto de conviver com dor. Ontem, ele voltou à Clínica da Dor, no Hospital Santa Rosa, para tentar descobrir, no raio-x lombar, o que há de errado na coluna. Quero achar o tratamento perfeito", repete, ansioso.
Na mesma sala de espera estava a aposentada Dejanira Vasconcelos. Aos 74 anos, ela diz não querer a dor como companhia. "Eu adoro trabalhar", revela.
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