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Economia
Terça - 12 de Setembro de 2006 às 08:07
Por: Sandra Pinheiro Amorin

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O presidente da Pantanal Energia, que opera a Usina Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá), Carlos Baldi, viaja hoje para a Bolívia para negociar com lideranças indígenas o não fechamento de locais estratégicos no gasoduto que transporta gás para Mato Grosso. Eles querem que a empresa, do lado boliviano, faça investimentos social e de preservação ambiental sob ameaça de tomarem o escritório do grupo e interromper o funcionamento de válvulas do gasoduto, no país vizinho. Esse é mais um problema que a empresa tem que enfrentar, além da paralisação das atividades da usina que completa hoje 14 dias.

A Pantanal Energia mantém um escritório em Santa Cruz de La Sierra, onde será o encontro com as lideranças indígenas. Baldi informa que existem 61 comunidades ao longo do gasoduto do lado boliviano que criaram o Plano de Desenvolvimento Indígena (PDI). "E onde não tem poder público atuante, é normal que elas reivindiquem uma contrapartida da iniciativa privada", afirma ao acrescentar que acredita em uma negociação pacífica com os representantes do PDI.

Gás - O executivo informa que no domingo (10) a usina recebeu 800 metros cúbicos (m3) de gás natural, mas ontem não chegou nada, o que aumenta a incerteza sobre o restabelecimento do fornecimento.

"Temos informações extra-oficiais de que um compressor está consertado. A falta de abastecimento à termelétrica mostra que não se trata de um problema comercial e sim de uma questão diplomática a ser resolvida".

As declarações dadas há semanas pelo presidente da Pantanal em relação ao governo boliviano dar prioridade aos abastecimentos para a Petrobras e para a Argentina, são reiteradas em documento da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A estatal boliviana de petróleo afirma que o corte no fornecimento de gás natural para Mato Grosso foi adotado por uma decisão do Ministério de Hidrocarburos.

Com a capacidade de compressão da estação de Rio Grande (Bolívia) reduzida e com aumento da demanda interna pelo gás natural em função da seca no país, a estatal preferiu manter as remessas para a Petrobras e à Argentina. "Contratos devem ser cumpridos, mas o ministério boliviano preferiu atender esses clientes porque representam volumes substanciais, além disso a estatal brasileira tem maior poder de barganha e com os argentinos é um contrato novo fechado com preços maiores", avalia Baldi.

Viagem - Na sexta-feira desta semana o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, estarão em La Paz para retomar as negociações com o governo boliviano sobre o valor do gás natural e outros termos que envolvem o fornecimento do produto ao país.

A expectativa do presidente da Pantanal é de que o ministro volte com uma solução sobre a situação da Termelétrica de Cuiabá, que deve também ser tema do encontro entre os dois governos.

A Usina Mário Covas está paralisada desde o dia 30 de agosto. A termelétrica parou de receber gás boliviano desde o dia 26 de agosto (sábado), quando passou a operar apenas com uma reserva que possibilitou a geração de 135 megawatts/hora (MW/h) de energia até terça-feira (29). A usina tem potência instalada de 480 megawatts/hora, sendo que a demanda de consumo no Estado é de cerca de 800 MW/h.

A paralisação da termelétrica significa uma redução média de 60% na oferta de energia em Mato Grosso.





Fonte: Gazeta Digital

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