Indígenas ameaçam tomar escritório da Pantanal na Bolívia
A Pantanal Energia mantém um escritório em Santa Cruz de La Sierra, onde será o encontro com as lideranças indígenas. Baldi informa que existem 61 comunidades ao longo do gasoduto do lado boliviano que criaram o Plano de Desenvolvimento Indígena (PDI). "E onde não tem poder público atuante, é normal que elas reivindiquem uma contrapartida da iniciativa privada", afirma ao acrescentar que acredita em uma negociação pacífica com os representantes do PDI.
Gás - O executivo informa que no domingo (10) a usina recebeu 800 metros cúbicos (m3) de gás natural, mas ontem não chegou nada, o que aumenta a incerteza sobre o restabelecimento do fornecimento.
"Temos informações extra-oficiais de que um compressor está consertado. A falta de abastecimento à termelétrica mostra que não se trata de um problema comercial e sim de uma questão diplomática a ser resolvida".
As declarações dadas há semanas pelo presidente da Pantanal em relação ao governo boliviano dar prioridade aos abastecimentos para a Petrobras e para a Argentina, são reiteradas em documento da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB). A estatal boliviana de petróleo afirma que o corte no fornecimento de gás natural para Mato Grosso foi adotado por uma decisão do Ministério de Hidrocarburos.
Com a capacidade de compressão da estação de Rio Grande (Bolívia) reduzida e com aumento da demanda interna pelo gás natural em função da seca no país, a estatal preferiu manter as remessas para a Petrobras e à Argentina. "Contratos devem ser cumpridos, mas o ministério boliviano preferiu atender esses clientes porque representam volumes substanciais, além disso a estatal brasileira tem maior poder de barganha e com os argentinos é um contrato novo fechado com preços maiores", avalia Baldi.
Viagem - Na sexta-feira desta semana o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, estarão em La Paz para retomar as negociações com o governo boliviano sobre o valor do gás natural e outros termos que envolvem o fornecimento do produto ao país.
A expectativa do presidente da Pantanal é de que o ministro volte com uma solução sobre a situação da Termelétrica de Cuiabá, que deve também ser tema do encontro entre os dois governos.
A Usina Mário Covas está paralisada desde o dia 30 de agosto. A termelétrica parou de receber gás boliviano desde o dia 26 de agosto (sábado), quando passou a operar apenas com uma reserva que possibilitou a geração de 135 megawatts/hora (MW/h) de energia até terça-feira (29). A usina tem potência instalada de 480 megawatts/hora, sendo que a demanda de consumo no Estado é de cerca de 800 MW/h.
A paralisação da termelétrica significa uma redução média de 60% na oferta de energia em Mato Grosso.
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