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Internacional
Segunda - 11 de Setembro de 2006 às 14:24

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O Papa Bento XVI reconheceu hoje a falta de sacerdotes católicos, e disse que a América Latina e a África esperam por "arautos" que levem o Evangelho da paz, e que "o rebanho" poderia ser muito maior no Ocidente e na Rússia se houvesse mais "operários".

O Pontífice deu esta declaração diante seminaristas e religiosos que participaram de uma celebração na basílica de Santa Ana de Altötting, antes de viajar para Marktl am Inn, sua cidade natal.

"Sabemos que o Senhor procura pastores para seu rebanho. O rebanho é grande e os pastores são poucos. No chamado Terceiro Mundo - América Latina, África e Ásia - o povo espera arautos que levem o Evangelho da paz, a mensagem de Deus", disse. No entanto, segundo o Papa, "também no chamado Ocidente, na Alemanha e na Rússia, o rebanho poderia ser ainda maior, mas faltam homens dispostos a se transformar em operários do Senhor".

Bento XVI implorou a Deus que "olhe pelo mundo", que "se compadeça" e envie "operários", após afirmar que o mundo vive horas "atribuladas" e precisa de mensageiros do Evangelho, de testemunhos e de pessoas que indiquem o caminho para a abundância.

Segundo dados da Igreja Católica, atualmente há cerca de 400.000 padres.

A menção do papa à Rússia em seu discurso chamou a atenção de especialistas, levando em conta que nessa região predomina a Igreja Ortodoxa Russa, cujo líder espiritual, o poderoso patriarca ortodoxo russo Alexei II, acusou várias vezes o Vaticano de pregar em territórios sob tradicional influência ortodoxa.

Alexei II sempre se mostrou contra uma visita de João Paulo II à Rússia e as relações entre as Igrejas não são boas, principalmente depois que Roma decidiu reorganizar sua estrutura no país, com a criação de quatro dioceses em 2002.

O Patriarcado de Moscou interpretou a medida como um desafio e um gesto "pouco amistoso" e aumentou o tom das acusações de que a Igreja Católica faz pregação em territórios que considera sob controle ortodoxo.

O porta-voz do Vaticano, o jesuíta Federico Lombardi, disse hoje aos jornalistas que acompanham o papa nesta viagem que "não há motivo" para que o Patriarcado de Moscou se sinta "incomodado" pelas palavras de Bento XVI.

Lombardi afirmou que a posição da Igreja Católica contra o proselitismo "é clara", assim como a defesa do ecumenismo.

Lombardi, que substituiu Joaquín Navarro Valls como porta-voz, acrescentou que o Papa se refere "aos grupos de católicos dispersos" pela Rússia e pelas outras nações da Europa do leste e da Ásia Central, como o Cazaquistão e outras repúblicas da extinta União Soviética.

Depois da celebração e da assinatura do livro de ouro de Altötting, Bento XVI irá a Marktl am Inn, onde visitará a igreja de São Oswaldo, onde foi batizado em 16 de abril de 1927, poucas horas após nascer, e visitará a praça principal e a casa onde nasceu.

A visita acontece um dia depois de desconhecidos jogarem dois balões com tinta azul contra a fachada da casa.

Depois de sair de Marktl am Inn, amanhã o Papa irá a Regensburg para se reunir com cientistas na universidade onde ensinou Teologia.

Em Regensburg vive também o irmão de Bento XVI, Georg, com quem passará a quarta-feira e visitará o cemitério onde estão os restos de seus pais e da irmã.





Fonte: EFE

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