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Internacional
Segunda - 11 de Setembro de 2006 às 12:38

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O que Alicia Watkins lembra melhor são as bandeiras. Chorando, diante das bandeiras norte-americanas hasteadas a meio mastro nesta segunda-feira, ela contou sobre cinco anos atrás, quando estava no Pentágono, um dos alvos dos ataques do 11 de Setembro.

"Lembro que no meio daquilo tudo ainda desfraldamos nossa bandeira americana", disse a sargento do Exército em Camp Eggers, a principal base dos Estados Unidos em Cabul, capital do Afeganistão.

"Aquilo mexeu comigo. Reconheci de onde viemos. Reconheci a força e a coragem que fluem no sangue americano. Naturalmente, as pessoas me perguntam o que levei do 11 de setembro, que lembranças tenho. Minhas lembranças não são da devastação. Minhas lembranças são das pessoas que vieram falar comigo depois e disseram: ''Sabe, antes eu não dava valor aos bombeiros, policiais e integrantes do Exército, mas eu queria que vocês soubessem que agora valorizo o que vocês fazem".

Cerca de 200 pessoas, algumas nos telhados de edifícios, muitas em lágrimas, reuniram-se para uma breve cerimônia, a primeira do Afeganistão a marcar os ataques de 11 de setembro de 2001 contra o World Trade Center, em Nova York, e o Pentágono, em Washington.

Autoridades de terno misturaram-se a soldados-rasos de uniforme camuflado. Uma mulher entoou o hino norte-americano no estilo gospel.

AUGE DA VIOLÊNCIA

Cinco anos depois dos ataques, o Afeganistão está sofrendo com a maior onda de violência desde a invasão norte-americana de 2001, que derrubou o Taliban do poder, em represália à proteção dada pelas autoridades afegãs à Al Qaeda e a Osama bin Laden, mentor dos ataques do 11 de Setembro.

Mais de 2.000 pessoas morreram em combates este ano no Afeganistão, e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), que assumiu a proteção do sul do país, reduto do Taliban, lançou a maior ofensiva até agora para reprimir os rebeldes.

A aliança militar diz ter matado mais de 400 rebeldes desde o início da Operação Medusa, há mais de uma semana. O Taliban contesta a informação.

O presidente afegão Hamid Karzai não consegue movimentar-se com segurança nem mesmo na capital, Cabul, e tem pouco controle sobre as regiões rurais, e por isso ganhou o apelido de "prefeito de Cabul".

"Compreendemos a enorme perda que vocês sofreram naquele dia, pois também sofremos por muito tempo nas mãos do terrorismo", disse Karzai numa nota oficial.

Ele não deixou o palácio para a cerimônia de segunda-feira e também não participaria de outra cerimônia na principal base norte-americana no país, Bagram, prevista para o momento exato em que começaram os ataques há cinco anos.

"Por muitos anos, o povo afegão foi mantido refém em seu próprio país, e submetido a atrocidades inenarráveis por terroristas estrangeiros e seus amigos do Taliban. O sofrimento do povo afegão foi negligenciado e nossos apelos ao mundo para que enfrentassem a crescente ameaça do terrorismo continuaram sendo ignorados".





Fonte: Reuters

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