Cinco anos depois, americanos lembram ataques do 11 de Setembro
A data desperta lembranças traumáticas dos ataques lançados pela Al Qaeda, que mataram quase 3.000 pessoas, e acirra o debate eleitoral sobre a situação da segurança no país, atualmente mergulhado na guerra do Iraque.
O presidente norte-americano, George W. Bush, que teve a popularidade abalada pelo conflito iraquiano, deve participar de cerimônias nos locais do atentado e renovar suas promessas de combate ao terrorismo.
"Ainda há um inimigo por aí que gostaria de infligir o mesmo tipo de dano novamente", disse Bush no domingo após visita ao Ground Zero, o terreno nova-iorquino onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center. Ele disse que o aniversário é "também um dia de renovar a determinação".
O atentado com os aviões, numa límpida manhã de verão há cinco anos, transformou Bush num presidente de guerra. Inicialmente, sua popularidade disparou com a retaliação à Al Qaeda e ao Taliban no Afeganistão. Mas a maré virou para ele com o crescimento das baixas norte-americanas no Iraque e com o fracasso em capturar Osama bin Laden.
Ameaçado de ver o seu partido perder o controle do Congresso para os democratas na eleição de novembro, Bush vem dando ênfase a questões de segurança nacional, o que já foi decisivo para a sua reeleição em 2004.
Bush deve fazer um discurso sobre o 11 de Setembro às 21h (22h em Brasília) de segunda-feira no Salão Oval. A Casa Branca nega uso político do fato, mas a solene presença do comandante-em-chefe acaba sendo um alívio contra as críticas pela guerra no Iraque.
O presidente disse que ele e a primeira-dama Laura chegam à data "com o coração pesado". "É difícil não pensar nas pessoas que perderam suas vidas em 11 de setembro de 2001", afirmou.
Bush vai se encontrar com bombeiros de Nova York, visitará Shanksville (Pensilvânia, onde caiu o vôo United 93, depois de uma rebelião dos passageiros contra os sequestradores) e participará de cerimônias no Pentágono.
O quinto aniversário gerou um acalorado debate sobre a segurança dos EUA. O vice-presidente Dick Cheney e outras autoridades dizem que o país está mais seguro.
Mas Richard Ben-Veniste, que participou da comissão que investigou o 11 de Setembro, disse que o fato de Bin Laden continuar à solta deixa muitos norte-americanos inseguros.
"Não matamos nem capturamos Osama bin Laden cinco anos depois do 11 de Setembro. E ele continua sendo o foco espiritual, ideológico e por que não operacional para radicais islâmicos que pretendem nos matar", disse ele à emissora ABC News.
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