EUA querem reativar negociações comerciais, diz Susan Schwab

A principal representante comercial dos Estados Unidos disse neste domingo, antes do encontro de países em desenvolvimento, que está comprometida com um resultado de sucesso nas atuais negociações comerciais mundiais.

"Vamos fazer o que for preciso. Se houver potencial para uma rodada de sucesso, vamos conseguir", disse Susan Schwab a jornalistas, em referência à malsucedida rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) de julho, em Doha.

Ela fez as declarações depois de encontrar-se com o diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, e com o ministro da Agricultura do Japão, Shoichi Nakagawa, no Rio de Janeiro.

Schwab, que participa de um encontro do chamado G20, grupo formado por países em desenvolvimento, deverá reunir-se ainda neste domingo com o Comissário do Comércio da União Européia, Peter Mandelson.

Mas ela advertiu contra expectativas de grande avanço no encontro do fim de semana.

"Acho que ninguém está esperando uma virada em 24 horas, mas sabemos que é um passo que precisamos dar e vamos dar um passo por vez, para ver se podemos salvar a rodada de Doha", disse Schwab.

EUA, UE e Japão estão unido esforços ao G20 para reativar as negociações comerciais, que pararam em julho.

"Sempre há tempo de ressuscitar as negociações se houver vontade política. O presidente Bush está comprometido com um resultado de sucesso na rodada de Doha", disse Schwab.

A declaração foi uma referência ao fim, em julho de 2007, da negociação do chamado "fast track" do presidente Bush —até lá, o Congresso dos EUA precisa aprovar ou rejeitar acordos comerciais, sem emendas.

Desde o início da rodada de Doha da OMC, Brasil, Índia e outros países que dependem muito de exportações de agricultura concentram-se em tentar cortar os subsídios e as barreiras comerciais dos EUA e da UE.

Países europeus e os EUA não estão dispostos a reduzir a ajuda à produção de açúcar e algodão a não ser que tenham mais acesso a serviços e manufaturas em países em desenvolvimento.

O encontro do Rio é a primeira reunião do G20 desde que as negociações sobre a rodada de Doha fracassaram, em julho.