Papa pede que se combata aids através da fé

O Papa Bento XVI afirmou neste domingo pela manhã que as "causas profundas" da aids devem ser combatidas através da difusão da fé, diante de cerca de 230 mil pessoas reunidas em Munique, na Alemanha, durante uma missa ao ar livre.

"Evidentemente que alguns têm a idéia de que os projetos sociais devem se desenvolver com máxima urgência, enquanto que os assuntos que dizem respeito a Deus ou à fé católica são coisas mais particulares ou de menor importância", declarou o Papa durante sua homilia.

"Deve-se converter os corações para que as coisas sociais possam progredir, para que se lance a reconciliação, para que, por exemplo, a aids possa ser combatida realmente em suas causas profundas, e curar os enfermos com o amor e a atenção que lhes deve ser dada", acrescentou.

Em sua homilia, o Papa não fez referência à abstinência sexual, à fidelidade ou aos anticoncepcionais como meios de luta contra a aids.

O Papa também avançou novamente contra a secularização das sociedades ocidentais ao deplorar um mundo que se tornou "surdo a Deus".

"Não existe só a surdez física, que isola em grande parte o homem da vida social. Existe uma debilidade auditiva com respeito a Deus, que sofremos especialmente em nossos tempos", declarou o Papa alemão no segundo dia de sua visita região alemã da Baviera, onde nasceu e cresceu.

"Nós já não conseguimos ouvi-lo, as freqüências que chegam aos nossos ouvidos são muito numerosas. O que se fala Dele já não nos parece adaptado ao nosso tempo", lamentou durante sua homilia, retomando um de seus temas prediletos desde o início de seu pontificado.

Desde sua eleição em abril de 2005, Bento XVI expressou em várias ocasiões sua preocupação com uma Europa que, segundo ele, ignora suas "raízes cristãs" e cede com demasiada freqüência ao "relativismo".

"Com a debilidade auditiva, ou mesmo a surdez com respeito a Deus, perdemos naturalmente nossa capacidade de falar com Ele. Mas então nos falta uma percepção crucial", explicou o Papa.

"Nossos sentidos interiores correm o risco de se apagar, o campo de nossa relação com a realidade se reduz de maneira drástica. O horizonte de nossa vida se reduz de forma preocupante", acrescentou o Papa.