PF pede prorrogação da prisão dos 3 rodoviários envolvidos em esquema "Daniel"

A Polícia Federal (PF) de Rondônia pediu a prorrogação da prisão temporária, por mais cinco dias, de 45 detidos pela "Operação Daniel", entre eles estão os três Policiais Rodoviários Federais (PRFs) de Rondonópolis (200 km de Cuiabá), que podem ser transferidos ainda no fim de semana para Ji-Paraná (RO) . Segundo o delegado Janderlyer Gomes de Lima, um dos responsáveis pelas investigações, apenas duas pessoas devem ser liberadas, por problemas de saúde.

O inspetor Paulo Maurício da Silva, 39, e os patrulheiros Luiz Carlos Pires, 60, Ronaldo Ramos, 43, continuam presos no 5º Batalhão da Polícia Militar (PM), acusados de facilitar o escoamento de produto retirado ilegalmente da Floresta Amazônica pelas estradas de Mato Grosso. Também está detido em Pedra Preta (30 km de Rondonópolis), Lucélio Araújo da Silva, 29, por emprestar a conta bancária para o depósito do dinheiro ilícito.

Lima explica que, de um total de 58 mandados de prisão, foram autuadas em flagrante apenas 47 pessoas. Onze continuavam (até ontem) foragidas. Em Ji-Paraná, uma PF foi presa por violação do sigilo funcional e conivência com a quadrilha, composta por madeireiros, lobistas, contadores, advogados e funcionários do próprio Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Entre as provas que pesam contra os PRFs estão interceptações telefônicas e um carregamento de madeira, com notas irregulares, apreendido pela PF no dia 25 de maio, em um posto de gasolina, na BR-364. A carga foi liberada mediante, segundo a PF, pagamento de propinas.

O esquema funcionava há bastante tempo e utilizava declarações falsas de compra e venda de madeira e reposição florestal. As investigações começaram em março deste ano. Os presos responderão pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva, corrupção ativa, violação de sigilo funcional, concussão e crimes ambientais