Líbano vive sua primeira jornada sem bloqueio após de isolamento
O presidente da Síria, Bachar al Assad, está de acordo com a presença de militares europeus em suas fronteiras com o Líbano, anunciou neste sábado em Bari (sul da Itália) o chefe de governo italiano, Romano Prodi. "O presidente sírio aceitou minha proposta de enviar guardas da União Européia às fronteiras para controlar a passagem de armas entre Síria e o Líbano", declarou Prodi.
Os guardas fronteiriços "não estarão armados nem uniformizados, mas terão todos os instrumentos necessários para controlar a passagem de armas em direção ao sul do Líbano", comentou o chefe do governo italiano.
O porto de Beirute recebeu neste sábado os primeiros navios de carga desde que Israel levantou na sexta-feira o bloqueio marítimo que impôs ao Líbano durante oito semanas, informou a direção do porto. "Dois barcos atracaram à noite, às 2h locais. Imediatamente começamos a descarregar as mercadorias", disse à AFP o diretor do porto, Hassan Kreitem.
Neste domingo são esperados outros três barcos, segundo a mesma fonte. Uma força naval internacional dirigida pela Itália tomou imediatamente o controle das águas territoriais libanesas para evitar o tráfico de armas em benefício do Hezbolá.
A economia libanesa depende em 85% das importações, e 80% delas passam pelo porto de Beirute, que recebe normalmente seis cargueiros diariamente. Para o jornal Al Mostaqbal, órgão de comunicação da maioria parlamentar, o "Líbano recuperou suas águas, depois do ar", em alusão ao fim do bloqueio aéreo israelense na quinta-feira.
O diário An Nahar, de grande tiragem, comentou que o "Líbano passou pela página do bloqueio (...) e abriu a da reconstrução". "Israel levantou, na teoria, seu bloqueio marítimo, mas o conserva na prática", estimou o jornal pró-sírio As Safir.
"O porto de Beirute é o espelho das finanças libanesas. É uma parte essencial da economia. Esperamos que nos dois próximos meses todo volte à normalidade", disse Kreitem, acrescentando que a receita mensal do porto é de mais de US$ 10 milhões.
Um navio militar francês, o "Le Foudre", desembarcou 250 militares e uma centena de veículos e containeres. Já o exército israelense libertou seis civis libaneses que haviam sido detidos no sul do Líbano.
Comentários