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Internacional
Sexta - 08 de Setembro de 2006 às 14:30

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Cinco anos depois dos atentados que durante semanas enterraram as bolsas sob uma montanha de pessimismo, Nova York não perdeu seu lugar de capital financeira do mundo e seus mercados não exibem cicatrizes visíveis da tragédia.

Maior segurança no perímetro do New York Stock Exchange e uma ou outra ameaça de vendas quando surgem notícias de atentados em outras partes do planeta ou ameaças em solo americano são as únicas lembranças dos eventos que, momentaneamente, pareceram que mudariam para sempre a forma de fazer negócios nos Estados Unidos.

Nos primeiros dias, o temor era de que os atentados deixassem seqüelas de longo prazo. Especialmente após o fechamento de quatro dias do NYSE, o mais longo desde a Grande Depressão de 1929. A decisão foi seguida por uma queda de 14% no Dow Jones Industrial na primeira semana de negócios após os ataques.

No entanto, o pânico durou pouco. Em novembro do mesmo ano os mercados voltaram aos níveis registrados antes dos atentados.

O mais surpreendente da rápida recuperação da bolsa foi a sua imunidade aos ataques posteriores com antraz, que atemorizavam a população, e aos sinais de que a economia se encontrava num período de contração.

Números posteriores comprovaram que a economia entrou em recessão no primeiro trimestre de 2001 e saiu dela nos últimos três meses daquele ano. Mas os primeiros dados foram anunciados pouco tempo depois dos ataques.

Segundo um boletim do Serviço de Pesquisas do Congresso, um ano depois dos atentados já estava claro que a economia não tinha sido empurrada "para o abismo" e já se encontrava em posição difícil antes dos ataques.

Alguns consideram que o aumento da despesa com defesa dos EUA após os ataques pode ter ajudado a economia a crescer num ritmo maior do que se poderia esperar.

Cinco anos depois, ninguém culpa os atentados de 11 de setembro de 2001 pela falta de força de alguns mercados nem por qualquer efeito negativo no plano econômico.

Hoje em dia o Dow Jones Industrial está bem próximo dos níveis históricos registrados antes do estouro da bolha das empresas de internet e tecnológicas, no início do ano 2000. De acordo com especialistas, este fenômeno teve conseqüências muito mais sérias que os ataques, e suas seqüelas são visíveis até hoje.

Mas, apesar da saúde geral do mercado atualmente, o caminho não foi fácil. Muitas empresas tiveram que pagar um alto preço por causa dos atentados.

A estimativa é de que cerca de 18 mil pequenos negócios foram destruídos ou obrigados a mudar de localização por causa dos atentados. Os custos para as seguradoras e muitas companhias financeiras foram altos.

O setor mais afetado, sem dúvida, foi o das companhias aéreas, que entre 2001 e 2005 perdeu cerca de US$ 40 bilhões, atingido especialmente as americanas United e Delta Airlines. Em grande medida, a culpa foi do medo de viajar que atingiu milhares de pessoas após os atentados.

Mas um sinal claro de que tudo retornou à normalidade, após cinco anos, é o fato de as companhias do setor aéreo desfrutarem hoje de uma posição muito melhor.

Durante o segundo trimestre de 2006, as companhias aéreas conseguiram rentabilidade positiva pela primeira vez em mais de meia década. Espera-se que em todo o ano as perdas se reduzam a cerca de US$ 500 milhões no total.

Para os especialistas, isso mostra que, em vez de se entregarem à fatalidade, muitas empresas aéreas reformularam suas operações, reestruturaram-se e reduziram custos. As medidas costumam trazer conseqüências ruins para os trabalhadores, mas com o tempo permitem que as companhias e que a economia em geral se mantenham de pé.





Fonte: EFE

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