Municípios de Mato Grosso não sofrem risco de apagão
O risco de apagão na região da Grande Cuiabá ocorre porque a subestação do Coxipó está sobrecarregada. "Antes da paralisação, a usina Pantanal Energia abastecia três subestações: a da Rodoviária, Coxipó e Várzea Grande. Com a interrupção repentina da usina termoelétrica devido a defeitos em dois compressores de gás na região de produção do gás natural na Bolívia, a subestação do Coxipó ficou sobrecarregada", afirma Conceição.
Atualmente, Mato Grosso tem capacidade instalada para produzir 1.600 MW de energia, sendo 700 MW instalados na termoelétrica Pantanal Energia e sistemas isolados a diesel. Com a saída dessas usinas, a produção do Estado passou para 900 MW. Além disso, também está ocorrendo o período de estiagem, que contribui para a redução da capacidade de produção das hidroelétricas que não possuem reservatório.
Mesmo com essa redução na produção de energia, o Estado ainda é auto-suficiente, pois seu consumo é de 700 MW no horário de pico (das 18h às 21h) e de 600 MW nos horários normais. "O problema não é a falta de energia. No momento, só estamos fragilizados no horário de pico. Continuamos exportando de 140 MW/h a 150 MW/h no horário normal e importando de 130 MW/h a 140 MW/h no horário de pico", acrescenta José Epaminondas.
Ele assegura que medidas já estão sendo tomadas pela Eletronorte para assegurar o abastecimento de energia elétrica na região de Cuiabá e Várzea Grande, localidades onde estão concentrados os maiores consumidores, como grandes indústrias, shoppings centers, hospitais, universidades, entre outros estabelecimentos de grande porte.
De acordo com o secretário, já foram remanejados 70MW da linha de transmissão que sai de Jauru (a 425 Km a oeste de Cuiabá) para atender aquela região, aliviando desta forma a subestação do Coxipó. Também está vindo para a subestação do Coxipó 18 MW oriundos da subestação de Rondonópolis ( a 212 Km ao sul de Cuiabá).
Porém, para resolver de forma definitiva o problema outras medidas precisam ser tomadas. "A primeira solução para a sobrecarga do sistema que abastece Mato Grosso é o reestabelecimento do fornecimento de gás vindo da Bolívia. A segunda é a construção do quarto banco de transformadores na subestação do Coxipó. A solução mais extrema seria a autorização da utilização do diesel como combustível para geração de energia, na usina termoelétrica Pantanal Energia", explica Conceição.
Segundo ele, a construção do quarto banco de transformadores é importante para o Estado, pois poderá ser feita a transformação da energia transportada pelo linhão que sai de Jauru de 230 kV para 138 kV, resolvendo definitivamente essa ‘falha técnica’.
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