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Internacional
Sexta - 08 de Setembro de 2006 às 00:18

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Washington, 7 set (EFE).- Parlamentares democratas pediram hoje à rede de televisão ABC que cancele a transmissão de uma série sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 que, segundo afirmam, deforma os fatos e atribui responsabilidades a funcionários do Governo do ex-presidente Bill Clinton.

Segundo Harry Reid, líder da minoria democrata no Senado, a minissérie "The Path to 9/11", que será transmitida em duas partes, no domingo e na segunda-feira, é "uma obra de ficção".

Em carta ao presidente da rede, Robert Iger, os congressistas liderados por Reid defendem o cancelamento do programa por ser "inexato nos fatos e profundamente mal dirigido".

A ex-secretária de Estado Madeleine Albright, o ex-conselheiro de segurança nacional Sandy Berger e outros assessores de Clinton também escreveram a Iger, expondo suas críticas ao conteúdo da minissérie.

"A ABC tem o dever de corrigir os erros da minissérie e de cancelar a sua exibição. É irracional desinformar o público americano sobre uma das tragédias mais horrendas no nosso país", afirmaram.

A carta cita exemplos de cenas da minissérie que nunca teriam ocorrido. Albright criticou especialmente uma em que ela é mostrada alertando ao Governo do Paquistão sobre um atentado.

"A cena é falsa e difamatória", afirmou.

No entanto, em comunicado emitido como aparente reação ao furor causado antecipadamente pela série, a ABC garante que até o momento ninguém viu a versão final.

"O processo de edição não terminou, portanto as críticas específicas contra o filme são prematuras e irresponsáveis", afirmou.

Os ataques terroristas foram cometidos oito meses depois de Clinton encerrar o seu segundo mandato e entregar a Casa Branca ao atual presidente, o republicano George W. Bush.

Em Los Angeles, o Centro de Ação pelo Progresso da América, de perfil liberal, apresentou hoje um pedido para que a ABC corrija ou cancele a série.

"A minissérie culpa o Governo de Clinton pelos ataques enquanto ignora os numerosos erros da administração de Bush", explica seu pedido, apoiado por 25 mil cartas de protesto.

Richard Benveniste, um membro democrata da comissão independente que investigou os atentados, também protestou assim como Richard Clarke, responsável pela luta antiterrorista na época dos ataques.

Suas queixas se concentram nas sugestões de que o Governo Clinton poderia ter capturado o líder de Al Qaeda, Osama bin Laden, em 1988, mas não aproveitou a oportunidade.

A ABC aposta alto na série, cujo custo foi de US$ 30 milhões.

Esta semana, o presidente da ABC Entertainment, Steve McPherson, afirmou que para a rede é tão importante revelar os resultados da investigação que poderá transmitir a minissérie sem intervalos comerciais e facilitar seu acesso gratuito na internet.





Fonte: EFE

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