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Nacional
Quinta - 07 de Setembro de 2006 às 22:00

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Entidades da área ambiental como a Organização Não-Governamental (ONG) Greenpeace contestam o índice de desmatamento da Amazônia entre agosto de 2005 e agosto de 2006 divulgado na última terça-feira. A estimativa do governo indica que o ritmo de devastação tende a ter diminuído até 11% nesse período em relação ao ano anterior. Há cerca de duas semanas, porém, segundo reportagem da agência Carta Maior, o Greenpeace possuía dados que apontavam aumento de 8,4% da área devastada na Amazônia no mesmo período.

Os dois levantamentos se baseiam em informaçoes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A diferença é que a estimativa feita pelo Ministério do Meio Ambiente se baseia em dados coletados pelos satélites do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter). O objetivo do Deter é identificar focos de incêndio e pontos de devastação em tempo real. A sua capacidade de captação é a partir de 25 hectares.

Em entrevista à agência Carta Maior, Dalton Valeriano, pesquisador responsável pelos dados do Deter, explica a origem da diferença. Segundo ele, a partir de maio, o Inpe criou duas classes para regiões devastadas, além do próprio desmatamento: queimadas e áreas com indício de degradação, mas sem causa conhecida. Os dados usados pelo Greenpeace somam as três classes para indicar a quantidade de floresta perdida, já o MMA apenas considerou as áreas prejudicadas pelo desmatamento.

De acordo com o Greenpeace, no final de agosto, além de desmatamento e queimadas, a extração ilegal de madeira ocorria em cinco unidades de conservação da Terra do Meio e no entorno da BR-163. Apesar de o MMA ter apontado queda de desmatamento nessas áreas, elas não deixaram de ocorrer. "Registramos atividade intensa dentro das UCs: muitas pessoas, carros, tratores e até pista de pouso", afirma André Muggiati, da campanha da Amazônia do Greenpeace do Brasil.

Marcelo Marquesini, da campanha da Amazônia do Greenpeace, questiona a eficiência da fiscalização e das ações do governo quando dados atuais mostram que municípios historicamente famosos pelo desmatamento aumentaram a taxa de destruição. Altamira, São Felix do Xingu (ambos no PA) e Porto Velho (RO) são alguns desses. Para Marquesini, a impunidade dos infratores não coíbe o crime ambiental e faz com que os envolvidos sejam reincidentes em seus atos. As infrações na Terra do Meio haviam sido multadas pelo Ibama em 2004, mas persistem ali.




Fonte: O dia

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