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Internacional
Quarta - 06 de Setembro de 2006 às 20:34

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O presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad reagiu nesta quarta-feira a um ataque verbal do presidente americano George W. Bush, ao afirmar que ele não é nada comparado à vontade de Deus e, em seguida, o convidou para um debate público na Assembléia Geral das Nações Unidas, cujos trabalhos começam no dia 12 de setembro, em Nova York.

"Eu digo a ele (a Bush) que o mundo o ameaça, pois está tomando o caminho da adoração a Deus e a divindade", declarou Ahmadinejad em uma conferência em Teerã. "Esta grande corrente está se movendo e você não é nada em comparação à vontade de Deus", acrescentou.

Na terça-feira, Bush chamou os líderes iranianos de tiranos tão perigosos quanto a Al-Qaeda. Além disso, afirmou que eles não podem ter o direito de produzir armas nucleares.

"Se você (Bush) pensa que está sentado em seu palácio de vidro e governando o mundo, você está enganado", disse Ahmadinejad antes da celebração no sábado do aniversário do imã Mahdi, 12º do islã xiita.

"Se falo algo é pelo bem de seu próprio prestígio. A evolução do mundo se dirige rapidamente para o governo do islã puro de Maomé", acrescentou Ahmadinejad.

O presidente iraniano, que tem previsto ir à Nova York para participar na sessão plenária da Assembléia-Geral da ONU, aproveitou esta viagem para fazer um convite a Bush.

"Minha viagem a Nova York para participar da Assembléia Geral da ONU é uma boa oportunidade para que seja organizado um debate público (com o presidente americano George W. Bush) para que todo o mundo, e em particular os americanos, possa acompanha-lo sem ser censurado", declarou o presidente iraniano.

"Estamos dispostos a participar desse debate, inclusive se o lado americano quiser ir com seus conselheiros", acrescentou Ahmadinejad.

"Espero que (os americanos) não se escondam, porque esse debate é a melhor maneira de fazer a paz", acrescentou o presidente iraniano.

A batalha verbal entre os dois presidentes coincide com o enfrentamento entre Irã e o Ocidente a propósito das atividades nucleares da República Islâmica. Teerã continua se negando a suspender o enriquecimento de urânio, como exige a ONU.

O embaixador americano na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, Gregory Schulte, declarou na terça-feira que Washington acredita ter chegado o momento do Conselho de Segurança da ONU impor sanções ao Irã.

No entanto, os Estados Unidos estão isolados em seu pedido e, segundo fontes ligadas ao caso, as sanções do Conselho de Segurança contra o Irã estão descartadas em curto prazo.

A União Européia (UE) concedeu novo prazo para que o Irã demonstre a vontade de abrir negociações. Rússia e China são contrárias a qualquer sanção contra o aliado.

A dois meses das eleições parlamentares nos Estados Unidos, Bush, que defende a ação de seu governo contra o terrorismo e, sobretudo, justifica a presença americana no Iraque, colocou no mesmo nível o radicalismo sunita da Al-Qaeda e o extremismo xiita do qual acusa o regime iraniano.

Na terça-feira, Bush disse que os terroristas poderiam "chantagear o mundo livre", caso obtivessem armas nucleares, e representariam uma grande ameaça. "As nações do mundo livre não permitirão ao Irã produzir a arma nuclear", acrescentou.





Fonte: EFE

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